Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT)

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  2. A Teoria dos Processos Psicológicos em ACT (20 horas)
  3. Mindfulness e Aceitação em ACT (12 horas)
  4. Identificação de Valores Pessoais e Definição de Metas em ACT (12 horas)
  5. Estratégias de Flexibilidade Psicológica em ACT (12 horas)
  6. Estratégias de Exposição e Técnicas Cognitivas em ACT (12 horas)
  7. Como Gerir Sessões de Terapia Individual e em Grupo em ACT (10 horas)
  8. Armadilhas que Dificultam a Criação de Vínculo entre Terapeuta e Paciente na ACT (10 horas)
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Nosso Curso Online de Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT)

A Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) é uma abordagem terapêutica que se concentra em ajudar os clientes a aceitar seus pensamentos e emoções negativas enquanto se comprometem com mudanças comportamentais orientadas para valores pessoais.

A ACT se baseia em seis fundamentos:

  1. Mindfulness. A prática da atenção plena é uma parte central da ACT. O objetivo é ajudar o cliente a estar presente no momento atual e a aceitar pensamentos e emoções sem julgamento.

  2. Aceitação. A ACT incentiva a aceitação de pensamentos, emoções e sensações desagradáveis como uma parte normal da experiência humana, em vez de tentar suprimi-los ou evitá-los.

  3. Valores. A ACT ajuda os clientes a identificar seus valores pessoais e a se comprometerem a agir de acordo com eles. A ideia é que seguir seus valores leva a uma vida mais satisfatória e significativa.

  4. Metas. A ACT se concentra em mudanças comportamentais, em vez de tentar mudar pensamentos ou emoções diretamente. O objetivo é ajudar o cliente a agir de acordo com seus valores, mesmo quando pensamentos ou emoções desconfortáveis estão presentes.

  5. Desfusão. A ACT ajuda os clientes a se desapegarem de pensamentos negativos e limitantes, percebendo que eles não são necessariamente verdades objetivas ou que não precisam controlar as ações ou sentimentos.

  6. Self como contexto e self como conteúdo. a ACT destaca a diferença entre o “self” como contexto – a consciência que observa os pensamentos e emoções – e o “self” como conteúdo – os pensamentos e emoções em si. A ideia é que, ao se identificar mais como contexto e menos como conteúdo, o cliente possa se desapegar de pensamentos e emoções negativas e se concentrar em agir de acordo com seus valores.

Vamos nos aprofundar em cada um desses 6 fundamentos para fixarmos bem o conteúdo com exemplos práticos, ok?! Vamos em frente!

 

Fundamentos 1 e 2 da ACT: O que é Mindfulness e Aceitação e Como eles Funcionam na Prática?

Na Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), a mindfulness e a aceitação são duas práticas fundamentais que trabalham em conjunto para ajudar as pessoas a lidar com o sofrimento psicológico e promover a mudança comportamental.

Mindfulness é uma prática que envolve estar presente no momento presente, observando e aceitando experiências internas sem julgamento ou tentativa de modificá-las. Isso pode incluir observar pensamentos, sentimentos e sensações corporais, e aprender a responder a essas experiências de forma mais consciente e eficaz.

Algumas das melhores recomendações de técnicas de Mindfulness para trabalhar com o paciente:

  1. Meditação da Respiração: O terapeuta orienta o paciente a praticar uma meditação da respiração. O paciente senta-se confortavelmente, fecha os olhos e foca sua atenção na respiração. O terapeuta guia o paciente para notar a entrada e saída do ar, as sensações da respiração e o movimento do abdômen. Isso ajuda o paciente a cultivar a atenção plena no momento presente.

  2. Scan Corporal: O terapeuta conduz o paciente em um exercício de scan corporal. O paciente deita-se e direciona sua atenção lentamente por todo o corpo, notando qualquer tensão, sensações ou desconforto. O terapeuta ajuda o paciente a observar e liberar a tensão à medida que avançam pelo corpo.

  3. Mindfulness na Comer: Para pacientes com transtornos alimentares, o terapeuta pode usar o Mindfulness durante as refeições. O paciente é orientado a comer de forma consciente, prestando atenção em cada mordida, textura e sabor dos alimentos. Isso ajuda a melhorar a relação do paciente com a comida.

  4. Mindfulness Caminhando: O terapeuta incentiva o paciente a praticar o Mindfulness enquanto caminha. Durante uma caminhada tranquila, o paciente presta atenção em cada passo, na sensação dos pés tocando o chão e na paisagem ao redor. Isso ajuda o paciente a se conectar com o ambiente e a se afastar dos pensamentos ruminais.

  5. Mindfulness nas Emoções: O terapeuta ajuda o paciente a cultivar a atenção plena em relação às emoções. O paciente é incentivado a nomear suas emoções sem julgamento, como “estou me sentindo ansioso agora” ou “estou me sentindo triste”. Isso ajuda o paciente a reconhecer e aceitar suas emoções sem reatividade automática.

 

Já a aceitação envolve a disposição de permitir experiências internas desagradáveis, em vez de tentar evitar ou suprimi-las. Isso pode incluir emoções negativas, pensamentos intrusivos ou sintomas físicos desconfortáveis. Em vez de lutar contra essas experiências, a pessoa aprende a reconhecer e aceitá-las como parte da sua experiência.

Algumas das melhores recomendações de técnicas de aceitação para trabalhar com o paciente:

  1. A Experiência do Copo D’Água: O terapeuta pede ao paciente que segure um copo de água durante um tempo prolongado. O paciente pode começar a sentir desconforto, como cansaço ou dor no braço. O terapeuta aproveita essa experiência para discutir a aceitação. Eles exploram como o paciente pode aceitar e permitir o desconforto em vez de resistir a ele. Isso demonstra como a aceitação pode se aplicar a sensações físicas desconfortáveis.

  2. Exercício da Autoaceitação: O terapeuta pede ao paciente para fazer uma lista de suas imperfeições percebidas ou aspectos de si mesmo que eles têm dificuldade em aceitar. Em seguida, o terapeuta guia o paciente em uma reflexão sobre como esses aspectos fazem parte de sua humanidade e são aceitáveis. O exercício ajuda o paciente a praticar a autoaceitação.

  3. Aceitação de Pensamentos Intrusivos: Se o paciente lida com pensamentos intrusivos, o terapeuta o orienta a praticar a aceitação desses pensamentos. O paciente é encorajado a reconhecer e permitir que esses pensamentos ocorram sem julgamento, em vez de lutar contra eles. Isso ajuda o paciente a reduzir a luta interna.

  4. Carta de Aceitação: O terapeuta pede ao paciente que escreva uma carta de aceitação para uma parte de si mesmo ou uma situação que está lutando para aceitar. O paciente pode escrever palavras de compreensão, aceitação e carinho em relação a essa parte de si mesmo ou à situação. Isso promove a prática da aceitação de maneira concreta.

 

Vou fornecer exemplos mais detalhados de como a mindfulness e a aceitação funcionam na prática numa sessão de Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) para você entender melhor:

  1. Mindfulness: Imagine um paciente que está lutando contra a ansiedade. Durante uma sessão de mindfulness, ele é orientado a direcionar sua atenção para sua respiração e a observar seus pensamentos ansiosos sem tentar mudá-los. Ele aprende a simplesmente notar esses pensamentos como eventos mentais passageiros, sem julgamento ou autopunição. Isso ajuda o paciente a desenvolver uma relação mais compassiva com seus pensamentos ansiosos.

  2. Aceitação: Pense em alguém que sofre de depressão e experimenta sentimentos de tristeza profunda. Em vez de negar ou lutar contra esses sentimentos, essa pessoa começa a praticar a aceitação. Ela reconhece que é natural sentir tristeza em certas situações da vida e permite que essa emoção seja sentida, sem julgamento ou resistência. Isso ajuda a reduzir a luta contra a tristeza, tornando-a menos avassaladora e mais gerenciável.

  3. Combinação de Mindfulness e Aceitação: Agora, considere um paciente que sofre de compulsões alimentares. Durante uma sessão de ACT, ele aprende a aplicar a mindfulness enquanto come. Ele começa a observar suas sensações físicas de fome, os impulsos compulsivos que o levam a comer demais e os sentimentos de culpa que surgem após comer em excesso. Em vez de se julgar ou tentar resistir aos impulsos, ele se permite observar essas experiências sem julgamento e com aceitação. Isso o ajuda a desenvolver uma consciência mais profunda de seus padrões alimentares e, eventualmente, a fazer escolhas alimentares mais alinhadas com seus valores de saúde.

 

Fundamentos 3 e 4 da ACT: Identificação de Valores Pessoais e Definição de Metas. Como Criar Direcionamentos para os Pacientes?

Começando pelos valores Pessoais!

Identificar valores pessoais é um processo importante em ACT. Isso envolve explorar o que é realmente importante para a pessoa em sua vida e o que dá significado e propósito a ela.

Os valores pessoais podem incluir coisas como família, amigos, saúde, trabalho, espiritualidade, liberdade, criatividade, justiça social, entre outros. A identificação dos valores pessoais é importante porque eles orientam nossas ações e decisões e nos ajudam a definir nossas prioridades.

Algumas das melhores recomendações de técnicas de identificação de valores pessoais para trabalhar com o paciente:

  1. A Roda dos Valores: O terapeuta apresenta ao paciente a “Roda dos Valores”, uma ferramenta gráfica que lista várias áreas da vida, como família, trabalho, saúde, lazer, espiritualidade, entre outras. O paciente é convidado a classificar cada área de acordo com sua importância pessoal. Isso ajuda o paciente a identificar e priorizar seus valores.

  2. História de Vida e Valores: O terapeuta guia o paciente em uma exploração de sua história de vida, destacando momentos em que seus valores foram expressos. O paciente pode relatar histórias de situações em que agiu de acordo com seus valores e como isso o fez sentir-se mais autêntico e satisfeito.

  3. Desenvolvimento de Declarações de Valores: O terapeuta incentiva o paciente a criar declarações de valores pessoais. Por exemplo, o paciente pode declarar: “Valorizo a conexão com minha família” ou “Priorizo minha saúde física e mental”. Essas declarações ajudam o paciente a ter clareza sobre seus valores.

  4. Caminho dos Valores: O terapeuta orienta o paciente a traçar um “caminho dos valores” que represente a jornada de viver de acordo com seus valores. O paciente pode desenhar um mapa simbólico que representa os passos necessários para seguir seus valores. Isso ajuda a visualizar a ação alinhada com os valores.

  5. Exercício de Priorização: O terapeuta pede ao paciente para priorizar um conjunto de valores quando há conflitos ou escolhas difíceis. Por exemplo, se um paciente valoriza tanto a carreira quanto a família, o terapeuta pode ajudá-lo a determinar qual valor deve guiar uma decisão específica, promovendo a clareza e a ação alinhada com os valores.

 

Vou fornecer exemplos detalhados de como um terapeuta de Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) pode atender diferentes tipos de pacientes e orientar a sessão, centrando-se na identificação de valores pessoais:

  1. Paciente com Transtorno de Ansiedade Social: Inicialmente, o terapeuta de ACT conduz uma avaliação para compreender as experiências e desafios específicos do paciente com ansiedade social. Durante a sessão, o terapeuta explora a vida do paciente e pergunta sobre o que realmente importa para ele. O paciente pode expressar que valores a amizade e a conexão social são muito importantes para ele. Com base nos valores pessoais identificados, o terapeuta ajuda o paciente a definir metas de ação comprometida. Isso pode envolver tarefas gradualmente desafiadoras, como participar de eventos sociais, fazer amizades ou se envolver em atividades de grupo. O terapeuta lembra o paciente de que enfrentar a ansiedade social pode ser desconfortável, mas é uma maneira de viver de acordo com seus valores de amizade e conexão.

  2. Paciente com Depressão e Falta de Motivação: Neste exemplo, o terapeuta trabalha com um paciente que está lutando contra a depressão e tem dificuldade em encontrar motivação para a vida. Durante a sessão, o terapeuta explora os valores pessoais do paciente e descobre que ele valoriza a criatividade e a expressão artística. O terapeuta ajuda o paciente a estabelecer metas de ação comprometida que estejam alinhadas com seu valor de criatividade. Isso pode incluir a criação de um cronograma para dedicar um tempo regular à expressão artística, mesmo quando a motivação está baixa. O terapeuta lembra ao paciente que a depressão pode criar barreiras, mas buscar a criatividade é uma maneira de honrar seus valores pessoais.

  3. Paciente com Estresse no Trabalho: Aqui, nesse exemplo, o terapeuta está trabalhando com um paciente que está sobrecarregado com o estresse no trabalho e sente que sua saúde e bem-estar estão sendo comprometidos. Durante a sessão, o terapeuta ajuda o paciente a identificar seus valores pessoais, e o paciente expressa que valoriza muito a saúde e o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. O terapeuta orienta o paciente a definir metas de ação comprometida que priorizem a saúde e o equilíbrio. Isso pode envolver a criação de limites no trabalho, a busca de atividades de relaxamento e o cuidado com a saúde física e mental. O terapeuta lembra o paciente de que viver de acordo com seus valores pessoais pode resultar em maior satisfação e bem-estar, mesmo diante das pressões do trabalho.

 

Uma vez que os valores pessoais são identificados, o próximo passo em ACT é definir metas com base nesses valores. 

Nossa missão agora é traduzir os valores pessoais em metas específicas e acionáveis. É importante que essas metas sejam SMART, ou seja, específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e baseadas no tempo.

Um exemplo prático para entendermos melhor:

  1. Especificidade: As metas devem ser claras e específicas, para que o paciente saiba exatamente o que deseja alcançar. Por exemplo, se um valor pessoal é a saúde, uma meta específica pode ser “Fazer 30 minutos de exercício aeróbico, como caminhada, cinco vezes por semana”.

  2. Mensurabilidade: As metas devem ser mensuráveis, para que seja possível acompanhar o progresso. No exemplo acima, a medida mensurável é a quantidade de exercício (30 minutos) e a frequência (cinco vezes por semana).

  3. Alcançabilidade: As metas devem ser realistas e alcançáveis com esforço razoável. É importante definir metas que o paciente acredita que pode atingir. Por exemplo, se o paciente tem uma rotina ocupada, pode ser mais realista começar com três vezes por semana em vez de cinco.

  4. Relevância: As metas devem ser relevantes para os valores pessoais do paciente. Elas devem estar alinhadas com o que é importante e significativo em sua vida. Se o paciente valoriza a criatividade, uma meta relevante pode ser “Dedicar 20 minutos por dia a atividades criativas, como escrever ou pintar”.

  5. Baseadas no Tempo: As metas devem ter um prazo definido para criar um senso de urgência e compromisso. Um exemplo de meta baseada no tempo é “Concluir um curso online de culinária saudável em dois meses.

É importante lembrar que as metas devem ser baseadas nos valores pessoais, não nas expectativas externas ou na comparação com outras pessoas. As metas podem incluir coisas como melhorar relacionamentos, desenvolver habilidades, buscar a carreira dos sonhos, melhorar a saúde e o bem-estar, entre outros.

No entanto, em ACT, a definição de metas não é apenas sobre alcançar um resultado específico, mas também sobre o processo de trabalhar em direção a essas metas. A terapia ACT enfatiza a importância de estar presente no momento e aceitar as emoções e pensamentos desconfortáveis que podem surgir ao trabalhar em direção a nossas metas.

 

Fundamentos 5 e 6 da ACT: Desfusão e Self como Contexto e Conteúdo

Começando pela desfusão!

A desfusão em ACT (Aceitação e Compromisso Terapia) refere-se ao processo terapêutico de ajudar o paciente a separar-se de pensamentos, sentimentos e sensações indesejadas, de modo que esses não controlem ou dominem a sua vida. Em vez disso, a desfusão visa criar uma distância psicológica entre a pessoa e esses pensamentos perturbadores, de modo que ela possa escolher conscientemente como responder a eles.

Na terapia de ACT, muitas vezes os pacientes são encorajados a observar seus pensamentos e emoções sem julgamento, reconhecendo que eles são apenas eventos mentais passageiros, e não necessariamente verdades ou comandos que precisam ser seguidos.

A desfusão ajuda as pessoas a perceberem que elas não são seus pensamentos e sentimentos, e que têm a capacidade de escolher como agir diante deles. Esse processo pode aumentar a flexibilidade psicológica e permitir que as pessoas vivam de acordo com seus valores, mesmo quando estão enfrentando desafios internos.

Algumas das melhores recomendações de técnicas de desfusão para trabalhar com o paciente:

  1. Rotulagem de Pensamentos: O terapeuta ajuda o paciente a praticar a rotulagem de pensamentos. Quando um pensamento negativo surgir, o paciente é orientado a rotulá-lo de forma leve e criativa. Por exemplo, se o pensamento é “Sou um fracasso”, o paciente pode rotulá-lo como “Aqui vem o Sr. Fracasso novamente”. Isso ajuda a criar uma distância entre o paciente e seus pensamentos.

  2. A Metáfora do Rio: O terapeuta utiliza a metáfora do “rio dos pensamentos”. Eles explicam que os pensamentos são como folhas que flutuam no rio. O paciente é encorajado a observar seus pensamentos passando sem agarrá-los ou lutar contra eles. Isso ilustra a ideia de deixar os pensamentos fluírem naturalmente.

  3. Histórias sem Sentido: O terapeuta pede ao paciente para contar uma história absurda ou sem sentido. Isso pode envolver personagens ou eventos que não fazem sentido juntos. O objetivo é mostrar que os pensamentos são como histórias que podem ser distorcidas e não precisam ser levados a sério.

  4. A Metáfora do Rádio: O terapeuta compara os pensamentos a uma estação de rádio constante. Eles explicam que os pensamentos podem ser percebidos como ruídos de fundo, e o paciente pode escolher sintonizar ou não. Isso ajuda a paciente a perceber que não precisa prestar atenção a todos os pensamentos.

  5. A História da Identificação com Pensamentos: O terapeuta pede ao paciente para compartilhar uma experiência em que se identificou profundamente com um pensamento negativo. Eles exploram como essa identificação afetou suas ações e emoções. Em seguida, o terapeuta ajuda o paciente a recontar a mesma história, mas com uma atitude de desfusão, destacando como as ações e emoções podem ser diferentes quando não se está identificado com os pensamentos.

 

Vou fornecer exemplos detalhados de como um terapeuta de Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) pode atender diferentes tipos de pacientes e orientar a sessão, focando na desfusão:

  1. Paciente com Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): Neste caso, o terapeuta está trabalhando com um paciente que sofre de TAG e tem pensamentos constantes de preocupação. Durante a sessão, o terapeuta introduz o conceito de desfusão cognitiva. Ele explica que a desfusão não significa eliminar os pensamentos de preocupação, mas sim mudar a relação do paciente com esses pensamentos. O terapeuta orienta o paciente a praticar a desfusão em casa, usando uma técnica chamada “Rotulagem de Pensamentos”. O paciente é incentivado a reconhecer quando está tendo um pensamento de preocupação, rotulá-lo como apenas um pensamento (por exemplo, “Isso é apenas um pensamento de preocupação”) e, em seguida, direcionar sua atenção para o momento presente. O terapeuta ajuda o paciente a perceber que os pensamentos de preocupação são eventos mentais passageiros que não precisam controlar sua vida.

  2. Paciente com Depressão e Autocrítica Severa: Neste exemplo, o terapeuta está trabalhando com um paciente que sofre de depressão e tem um diálogo interno autocrítico constante. O terapeuta utiliza a desfusão para ajudar o paciente a separar-se das autocríticas destrutivas. O terapeuta introduz a técnica da “Voz do Autocrítico”. Ele encoraja o paciente a dar um nome ao seu autocrítico interno, como “Sr. Crítico”. O paciente aprende a reconhecer quando as autocríticas de Sr. Crítico aparecem e, em seguida, a praticar a desfusão, vendo essas autocríticas como palavras de um personagem separado em vez de fatos incontestáveis. Isso ajuda o paciente a criar uma distância psicológica em relação à autocrítica e a responder de forma mais compassiva a si mesmo.

  3. Paciente com Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT): Aqui, neste exemplo, o terapeuta está trabalhando com um paciente que tem TEPT devido a um evento traumático. O paciente frequentemente revive memórias perturbadoras e evita situações relacionadas ao trauma. O terapeuta usa a desfusão para ajudar o paciente a lidar com os pensamentos intrusivos. O terapeuta apresenta ao paciente a técnica da “Visualização do Pensamento”. O paciente é orientado a imaginar que seus pensamentos intrusivos estão em uma tela de TV à sua frente. Ele é incentivado a observar esses pensamentos sem julgamento, como se estivesse assistindo a um filme. Isso ajuda o paciente a criar uma distância entre ele e as memórias traumáticas, permitindo que ele lide com elas de maneira mais controlada e menos aversiva.

Perceba que, em todos esses exemplos, o terapeuta de ACT utiliza a desfusão como uma ferramenta terapêutica para ajudar o paciente a se separar de pensamentos e emoções perturbadores, criando uma distância psicológica que permite escolher conscientemente como responder a eles. Isso ajuda os pacientes a enfrentar seus desafios emocionais e a viver vidas mais plenas e significativas, alinhadas com seus valores pessoais.

 

E, para finalizar os fundamentos, temos, na Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), o “self como contexto” e “self como conteúdo”. Eles são conceitos-chave que ajudam a compreender a relação entre a identidade pessoal, os pensamentos e as experiências emocionais. Vamos explicar esses conceitos em detalhes:

O “self como contexto” refere-se à parte da sua consciência que é capaz de observar e experienciar seus pensamentos, sentimentos e sensações, mas que está separada desses eventos mentais. É o observador ou a consciência que está sempre presente, independentemente do conteúdo dos seus pensamentos e emoções. Esse aspecto do self é muitas vezes associado à ideia de “eu observador” ou “eu que percebe”. É o observador imparcial que está ciente do que está acontecendo na mente, mas não está diretamente envolvido nos eventos mentais.

Já o “self como conteúdo” refere-se aos elementos específicos que compõem a sua identidade pessoal. Isso inclui seus pensamentos, crenças, memórias, emoções e experiências individuais. É o conteúdo variável da sua mente que muda ao longo do tempo e em diferentes situações. O “self como conteúdo” está relacionado com a forma como você se percebe e se identifica, muitas vezes associado ao “eu narrativo” que cria histórias sobre quem você é com base nas suas experiências passadas.

Algumas das melhores recomendações de técnicas de Self contexto e conteúdo para trabalhar com o paciente:

  1. A Metáfora dos Papéis Teatrais: O terapeuta convida o paciente a pensar na vida como um palco teatral. O “Self como Contexto” é comparado ao diretor da peça, observando e guiando os atores (pensamentos e emoções) no palco (a vida). O paciente é encorajado a identificar quando está se identificando com um papel (conteúdo) e quando está assumindo o papel do diretor (contexto). Isso ajuda o paciente a criar uma distância saudável entre seu eu observador e seus pensamentos/emotividades.

  2. Mindfulness do “Eu Observador”: O terapeuta guia o paciente em uma prática de Mindfulness específica para o “Self como Contexto.” O paciente é convidado a fechar os olhos, concentrar-se na respiração e observar seus pensamentos e emoções como se fossem nuvens passando no céu. Eles aprendem a reconhecer-se como o “eu observador” que está ciente desses eventos mentais, em vez de se identificar automaticamente com eles.

  3. História da Identificação com Papéis Sociais: O terapeuta pede ao paciente para compartilhar histórias de momentos em que se identificou excessivamente com um papel social, como “o bom filho” ou “o funcionário perfeito.” Eles exploram como essa identificação afetou seu bem-estar. Em seguida, o terapeuta ajuda o paciente a recontar a mesma história, destacando como a identificação com o papel pode ser separada do “Self como Contexto.”

  4. Carta ao Eu Observador: O terapeuta pede ao paciente para escrever uma carta ao seu “Eu Observador.” Nesta carta, o paciente expressa gratidão e apreço pelo seu “eu observador” por sua capacidade de ver além dos pensamentos e emoções. Isso ajuda a paciente a reconhecer e valorizar esse aspecto do self.

 

Vou fornecer exemplos detalhados de como um terapeuta de Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) pode atender diferentes tipos de pacientes e orientar a sessão, explorando os conceitos de “self como contexto” e “self como conteúdo”, para que possamos entender melhor esse fundamento, ok?! Acompanhe:

  1. Paciente com Transtorno de Pânico: Neste exemplo, o terapeuta está trabalhando com um paciente que sofre de transtorno de pânico e tem ataques de pânico frequentes. O paciente tende a se identificar excessivamente com o medo e a ansiedade durante esses ataques. O terapeuta introduz o conceito de “self como contexto” e “self como conteúdo” para ajudar o paciente a lidar com os ataques de pânico. O terapeuta explica que o “self como contexto” é a parte do paciente que pode observar os sintomas físicos e emocionais durante um ataque de pânico sem se identificar totalmente com o medo. Por exemplo, o terapeuta ajuda o paciente a reconhecer que pensamentos como “Estou prestes a morrer” são pensamentos transitórios que vêm e vão, e não representam a totalidade de quem ele é (self como conteúdo). Em seguida, o terapeuta introduz o conceito de “self como contexto”. Ele explica que o “self como contexto” é a parte do paciente que pode observar e aceitar as experiências, como a ansiedade, sem se identificar totalmente com elas. O terapeuta orienta o paciente a praticar a observação das sensações físicas e emocionais durante um ataque de pânico com curiosidade e compaixão, reconhecendo que ele é o observador das experiências, não as próprias experiências.

  2. Paciente com Dependência Química e Autoestima Fragilizada: Neste exemplo, o terapeuta está trabalhando com um paciente que enfrenta uma dependência química e tem uma autoestima muito baixa. O paciente frequentemente se identifica como um “fracasso” devido às lutas com a dependência. O terapeuta explica que o “self como contexto” é a parte do paciente que pode observar seus pensamentos autocríticos sobre ser um “fracasso”, sem aceitar esses pensamentos como verdades absolutas. O terapeuta ajuda o paciente a praticar a observação desses pensamentos como “conteúdo” em sua mente, reconhecendo que eles são apenas pensamentos e não a totalidade de quem ele é. Isso permite que o paciente cultive uma autoaceitação mais profunda e tome medidas em direção à recuperação da dependência química, alinhadas com seus valores pessoais de saúde e bem-estar.

  3. Paciente com Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT): Aqui, neste exemplo, o terapeuta está trabalhando com um paciente que tem flashbacks traumáticos frequentes e se sente dominado por essas experiências. O terapeuta introduz os conceitos de “self como contexto” e “self como conteúdo” como uma maneira de ajudar o paciente a lidar com os flashbacks. Ele explica que o “self como contexto” é a parte do paciente que pode observar os flashbacks como eventos mentais, em vez de ser completamente identificado com eles. O terapeuta ajuda o paciente a praticar a observação dos flashbacks sem julgamento, reconhecendo que eles são conteúdo de sua experiência, mas não definem completamente quem ele é. Isso permite que o paciente viva de acordo com seus valores de recuperação e resiliência, mesmo quando os flashbacks ocorrem.

Em todos esses exemplos, os conceitos de “self como contexto” e “self como conteúdo” são usados pelo terapeuta da ACT para ajudar os pacientes a desenvolver uma relação mais saudável com seus pensamentos e experiências emocionais, até porque eles se alteram, vem e vão com constância. A ideia é permitir que eles aprendam a regular essas emoções e sentimentos e vivam vidas mais significativas.

 

Qual a Diferença entre a ACT e a TCC (Terapia Cognitivo-comportamental)?

Vamos comparar a ACT com a TCC, ou terapia cognitivo-comportamental “tradicional”, que foi desenvolvida ao longo dos anos por figuras como Albert Ellis, Aaron T. Beck e com contribuições da psicologia comportamental, para que entendamos as principais diferenças entre essas terapias, afinal, essa talvez seja a maior dúvida de profissionais que estão começando a se especializar em ACT.

A TCC é considerada uma terapia de segunda geração e apresenta resultados bastante positivos para diversos distúrbios, sendo atualmente a abordagem terapêutica com maior base científica em relação a diferentes transtornos. Mas, quais são as principais diferença entre a TCC e a ACT? Vou fazer um super resumo para você:

  1. A ACT possui uma filosofia distinta: Diferentemente da maioria das outras terapias, a ACT parte de uma perspectiva filosófica única. Essa filosofia é denominada contextualismo funcional. Nessa visão, não é possível avaliar algo isoladamente, separando-o de seu contexto. Seja indivíduos, pensamentos ou comportamentos, tudo é analisado em termos de sua função em uma situação específica. Essa perspectiva filosófica particular pode parecer bastante abstrata, mas tem um impacto significativo na forma como a terapia opera, como será explicado a seguir.

  2. A ACT não encara pessoas, pensamentos ou emoções como disfuncionais: A TCC se baseia na ideia de que as psicopatologias ocorrem devido a conteúdos internos disfuncionais, ou seja, pensamentos que não estão em conformidade com a realidade externa. Essas interpretações incorretas levam ao sofrimento psicológico e comportamentos “inadequados”, que são, em última instância, considerados patológicos. A abordagem terapêutica da TCC busca, portanto, modificar a forma como o indivíduo percebe o mundo e, consequentemente, alterar seu comportamento para um padrão mais apropriado. Na ACT, por outro lado, não faz sentido rotular pessoas, pensamentos ou comportamentos como disfuncionais, errados ou “patológicos” por si só, de acordo com essa perspectiva. Pelo contrário, a ACT procura entender qual é a função ou propósito de qualquer coisa que uma pessoa faça dentro do contexto em que se encontra. Além disso, os valores pessoais da pessoa são utilizados como critério para avaliar o funcionamento, em vez de critérios diagnósticos.

  3. A ACT não visa a redução da ansiedade ou de qualquer conteúdo interno. Na TCC, acredita-se que certos pensamentos ou emoções são disfuncionais, especialmente quando ocorrem em excesso ou causam muito sofrimento ao indivíduo. Um dos objetivos da terapia é, portanto, reduzir essas sensações, como ansiedade ou pensamentos obsessivos, por exemplo. A ideia é levar a pessoa a um nível de funcionamento considerado normal ou não patológico. Já a ACT reconhece que o sofrimento faz parte da experiência humana. Nessa perspectiva, é totalmente natural sentir ansiedade, tristeza ou desânimo, dependendo do contexto. A ACT só vê esses aspectos como problemáticos quando eles impedem a pessoa de viver a vida que ela considera significativa. Mesmo assim, a proposta não é reduzir essas sensações para que a pessoa possa fazer o que deseja, mas sim criar espaço para que esses conteúdos não impeçam mais a pessoa de agir.

  4. A ACT não busca alterar o conteúdo dos pensamentos: A TCC procura combater pensamentos disfuncionais por meio de técnicas que identificam distorções cognitivas, ou seja, a interpretação incorreta da realidade por parte da pessoa. Parte-se do pressuposto de que, se a pessoa mudar sua forma de pensar, também mudará seu comportamento. Às vezes, é utilizado o caminho oposto: estratégias comportamentais são empregadas para conscientizar a pessoa sobre a falta de precisão de seus pensamentos. Na ACT, não se questiona o conteúdo dos pensamentos. Acredita-se que entrar em conflito interno com a própria mente não oferece uma solução definitiva. Portanto, a ACT propõe uma mudança na relação que se estabelece com os pensamentos e outros eventos internos. Uma dessas mudanças é a desfusão cognitiva, ou seja, o desenvolvimento de uma perspectiva observadora que consegue notar o funcionamento da mente e reduzir sua influência sobre o comportamento.

  5. A ACT busca promover uma vida mais plena e significativa: A TCC geralmente está focada na resolução de problemas psicológicos, por meio do diagnóstico, identificação de sintomas patológicos e sua correção por meio de técnicas cognitivas e comportamentais. Dessa maneira, a intenção é que a pessoa consiga funcionar melhor dentro do que é considerado normal ou adequado. Na ACT, o objetivo não é a resolução de problemas – até porque se parte do princípio de que, inicialmente, não há nada de errado – mas sim auxiliar a pessoa a viver mais alinhada com seus valores. Os valores são as qualidades que a pessoa deseja que seu comportamento reflita, como honestidade, dedicação, generosidade, coragem, entre outras. Esses valores são estabelecidos pela pessoa que está em terapia, não pelo terapeuta. O papel da terapia é aproximar a pessoa de seus valores, ao mesmo tempo em que ajuda a desenvolver estratégias para lidar com o sofrimento inerente à vida.

 

Quais são os Processos Psicológicos Básicos e Como eles se Relacionam com a ACT (Terapia de Aceitação e Compromisso)?

Os Processos Psicológicos Básicos são funções mentais fundamentais que descrevem como processamos informações, pensamos, sentimos e nos comportamos. Eles incluem processos cognitivos, emocionais e comportamentais que são essenciais para a compreensão do funcionamento humano.

Na Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), esses processos são fundamentais para entender como a terapia opera e como os indivíduos podem promover mudanças em suas vidas. Aqui estão alguns dos principais Processos Psicológicos Básicos e sua relação com a ACT:

  1. Cognição: Os processos cognitivos envolvem o pensamento, a interpretação e a compreensão das informações. Na ACT, reconhece-se que os pensamentos são apenas eventos mentais e não necessariamente verdades absolutas. A terapia ajuda os indivíduos a desenvolver a desfusão cognitiva, que é a capacidade de se afastar dos pensamentos e observá-los sem se identificar ou ser dominado por eles. Imagine alguém que está lutando contra a ansiedade social. Essa pessoa pode ter pensamentos automáticos negativos, como “As pessoas vão me julgar” ou “Vou fazer papel de ridículo”. Na ACT, ela aprenderia a aplicar a desfusão cognitiva a esses pensamentos, vendo-os como apenas palavras em sua mente e não fatos incontestáveis. Isso a ajudaria a não se identificar excessivamente com esses pensamentos e a agir de acordo com seus valores, como participar de eventos sociais, mesmo que os pensamentos ansiosos estejam presentes.

  2. Emoção: As emoções desempenham um papel central na ACT. A terapia reconhece que todas as emoções são normais e inevitáveis, e o objetivo não é eliminar ou suprimir as emoções desconfortáveis, mas sim aceitá-las plenamente. Isso se relaciona com o processo de aceitação na ACT, onde os indivíduos são encorajados a aceitar suas emoções, mesmo as dolorosas, em vez de tentar evitá-las ou controlá-las. Suponha que alguém esteja lidando com a perda de um ente querido e esteja experimentando tristeza intensa. Na ACT, essa pessoa seria encorajada a aceitar plenamente sua tristeza como uma emoção natural diante da perda. Em vez de tentar suprimi-la ou evitá-la, ela aprenderia a se permitir sentir a tristeza e a usar essa aceitação para se conectar com suas experiências internas de uma maneira mais saudável.

  3. Comportamento: O comportamento é uma parte fundamental da ACT. A terapia enfatiza a importância das ações alinhadas com os valores pessoais. Os indivíduos são encorajados a identificar seus valores e comprometer-se com ações que estejam em harmonia com esses valores, mesmo que isso envolva enfrentar o desconforto ou a ansiedade. Considere alguém que tem o valor de ser um pai presente e carinhoso, mas que se sente ansioso e evita passar tempo de qualidade com seus filhos por causa do trabalho. Na ACT, essa pessoa seria incentivada a agir de acordo com seu valor, mesmo que isso envolva enfrentar a ansiedade e dedicar tempo a seus filhos. Isso resultaria em uma vida mais alinhada com seus valores e, eventualmente, em uma sensação de realização mais profunda.

  4. Atenção Plena (Mindfulness): A atenção plena é um processo psicológico central na ACT. Ela envolve estar consciente do momento presente com aceitação e sem julgamento. A atenção plena é usada para ajudar os indivíduos a se conectarem com suas experiências internas, como pensamentos e emoções, de uma forma aberta e não crítica. Pense em alguém que está constantemente preocupado com o futuro e ansioso em relação a eventos que ainda não ocorreram. Na ACT, essa pessoa aprenderia a praticar a atenção plena, o que a ajudaria a se concentrar no momento presente. Por meio da atenção plena, ela se tornaria mais consciente de suas preocupações antecipatórias e poderia escolher conscientemente voltar sua atenção para o presente, reduzindo a influência da ansiedade futura sobre suas ações.

  5. Contato com o Presente: Este processo envolve estar plenamente presente no momento atual, em vez de ficar preso em preocupações sobre o passado ou o futuro. Na ACT, o contato com o presente é importante para ajudar os indivíduos a se envolverem em suas vidas de maneira significativa e consciente. Imagine alguém que está constantemente distraído e desconectado do que está acontecendo à sua volta. Na ACT, essa pessoa seria orientada a desenvolver o contato com o presente, o que a ajudaria a se envolver de forma mais completa nas situações do dia a dia. Isso resultaria em uma experiência mais rica e significativa da vida cotidiana, em oposição à sensação de “estar ausente” ou “viver no piloto automático”.

  6. Self (Eu): O processo de self na ACT se concentra em ajudar os indivíduos a desenvolver uma compreensão mais flexível e menos rígida de si mesmos. Isso envolve separar a identidade do self dos pensamentos e sentimentos, reconhecendo que somos mais do que nossas experiências internas. Suponha que alguém tenha uma autoimagem negativa de si mesmo, frequentemente se criticando e se sentindo inadequado. Na ACT, essa pessoa aprenderia a separar sua identidade (self) desses pensamentos autocríticos, compreendendo que eles não definem sua verdadeira essência. Isso permitiria uma relação mais saudável com seu self e uma maior autocompaixão.

  7. Valores: A identificação e a clarificação dos valores pessoais são fundamentais na ACT. Os valores representam o que é importante e significativo para cada pessoa. A terapia ajuda os indivíduos a estabelecer metas e ações que estejam alinhadas com esses valores, promovendo uma vida mais plena e significativa. Considere alguém que valoriza a saúde e o bem-estar, mas constantemente adia o início de um programa de exercícios por causa de desculpas ou procrastinação. Na ACT, essa pessoa seria incentivada a identificar seus valores e a tomar medidas para se exercitar, reconhecendo que isso está alinhado com seu desejo de cuidar de si mesma.

  8. Ação Comprometida: A ACT enfatiza a importância de agir de acordo com os valores pessoais, mesmo diante das dificuldades e desconforto. A ação comprometida envolve tomar medidas para buscar uma vida significativa, apesar das barreiras internas e externas. Pense em alguém que tenha o valor da justiça social e deseje fazer a diferença em sua comunidade, mas hesite em se envolver em atividades de ativismo por medo de críticas ou conflitos. Na ACT, essa pessoa seria encorajada a agir de acordo com seu compromisso com a justiça social, mesmo que isso envolva enfrentar desconforto e adversidades. Isso permitiria que ela contribuísse para a mudança social de acordo com seus valores.

 

Quais as Melhores Metáforas Para Trabalhar com os Pacientes em ACT? 

 

A metáfora dos passageiros do ônibus

A metáfora dos passageiros do ônibus na Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) é uma jornada profunda e poética que nos convida a explorar o âmago da nossa humanidade. Nesse veículo imaginário, somos os passageiros, e nossa mente é o motorista habilidoso que nos guia pelas estradas sinuosas da vida.

Cada passageiro representa um aspecto da nossa experiência: pensamentos, emoções, memórias, desejos, medos e sonhos. Cada um deles tem sua voz única, suas histórias para contar e suas preocupações para compartilhar.

O motorista, representando nossa consciência, está no controle do ônibus, mas não tenta expulsar os passageiros indesejados. Em vez disso, ele os acolhe com compaixão e aceitação. Ele sabe que todos têm um papel a desempenhar nessa jornada.

Às vezes, os passageiros começam a brigar entre si, causando tumulto no ônibus. Os pensamentos negativos questionam os desejos e sonhos, enquanto as emoções intensas tentam dominar o volante. No entanto, o motorista permanece calmo e consciente.

A verdadeira sabedoria dessa metáfora reside na compreensão de que não podemos forçar os passageiros a sair do ônibus. Tentar empurrá-los para fora só causa mais caos. Em vez disso, aprendemos a aceitar sua presença, a ouvir suas preocupações e a seguir em frente, tomando decisões alinhadas com nossos valores pessoais.

O ônibus da vida continua sua jornada, com todos os passageiros a bordo, rumo ao destino da autenticidade e realização. E à medida que navegamos por essa estrada, lembramos que somos mais do que nossos pensamentos e emoções passageiras; somos os observadores conscientes de uma experiência rica e profunda.

 

A metáfora do gênio na garrafa

A metáfora do gênio na garrafa na Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) é uma ilustração que nos ajuda a compreender o processo de aceitar nossas emoções e pensamentos difíceis.

Imagine que dentro de cada um de nós existe uma garrafa mágica, como aquelas dos contos de fadas. Dentro dessa garrafa reside um gênio, que representa nossa essência autêntica, nossos valores e desejos mais profundos.

No entanto, ao longo de nossas vidas, aprendemos a manter a tampa da garrafa bem fechada. Fazemos isso porque muitas vezes sentimos medo, desconforto e angústia em relação aos nossos pensamentos, emoções e experiências difíceis. Então, tentamos evitar ou controlar esses sentimentos desagradáveis, mantendo o gênio aprisionado.

A abordagem da ACT nos convida a abrir a garrafa e libertar o gênio. Isso significa permitir que as emoções e pensamentos, mesmo os desconfortáveis, surjam e sejam plenamente aceitos. Não estamos mais tentando controlar ou evitar essas experiências.

À medida que o gênio sai da garrafa, ele representa nossa capacidade de viver de acordo com nossos valores, mesmo quando enfrentamos dificuldades. Ele nos guia em direção a escolhas que são significativas e autênticas para nós, em vez de sermos limitados pelo medo e pela evitação.

Portanto, a metáfora do “gênio na garrafa” na ACT nos ensina a aceitar nossas experiências internas, permitindo-nos viver de maneira mais alinhada com nossos valores e desejos mais profundos. É uma representação poderosa do processo de aceitação e compromisso com uma vida mais plena e autêntica.

 

A metáfora do barco no mar agitado

Uma outra metáfora bastante utilizada na Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) é a metáfora do barco no mar agitado.

Esta metáfora ajuda a ilustrar a ideia de aceitar as experiências internas, como pensamentos e emoções, e a navegar por águas turbulentas em direção aos nossos valores.

Na metáfora do “barco no mar agitado,” imagine-se em um barco no meio de um oceano tempestuoso. O mar agitado representa as emoções e pensamentos difíceis que podem surgir em nossas vidas. Em vez de lutar contra as ondas ou tentar parar a tempestade, a ACT nos ensina a aceitar a turbulência do mar.

O barco representa nossa consciência, nossa capacidade de escolher conscientemente nossas ações com base em nossos valores. Em vez de sermos controlados pelas emoções e pensamentos tumultuados, navegamos por eles com aceitação e compromisso.

Essa metáfora nos lembra que não podemos controlar o clima do oceano, assim como não podemos controlar completamente nossos pensamentos e emoções. No entanto, podemos escolher como responder a essas experiências internas. Aceitamos que o mar esteja agitado, mas continuamos a remar em direção aos nossos valores, mesmo quando as coisas estão difíceis.

Essa metáfora é uma maneira poderosa de ilustrar o cerne da ACT, que é a aceitação das experiências internas e o compromisso com uma vida alinhada com nossos valores pessoais. Ela nos lembra que, mesmo em meio a desafios emocionais e mentais, podemos continuar navegando em direção ao que é realmente importante para nós.

 

Como Funciona a Terapia Individual e em Grupo na ACT? E quais Armadilhas Dificultam a Criação de Vínculo com o Paciente?

A Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) pode ser aplicada tanto em terapia individual quanto em grupo, cada uma com suas próprias dinâmicas e benefícios. Abaixo, explicarei de forma resumida como funciona a ACT em ambas as modalidades e as armadilhas que podem dificultar a criação de vínculo com os pacientes:

 

Terapia Individual na ACT:

  1. Avaliação Inicial: A terapia individual na ACT geralmente começa com uma avaliação inicial na qual o terapeuta e o paciente discutem as preocupações, objetivos e valores pessoais. Essa avaliação ajuda a definir o foco do tratamento.

  2. Definição de Valores: Um dos primeiros passos é ajudar o paciente a identificar seus valores pessoais, ou seja, o que é realmente importante em sua vida. Isso serve como base para orientar as ações futuras.

  3. Exploração das Dificuldades enfrentas: Durante as sessões, o terapeuta ajuda o paciente a identificar as dificuldades cognitivas, como a fusão com pensamentos negativos e a evitação de emoções desconfortáveis.

  4. Prática de Desfusão e Aceitação: A terapia individual permite que o terapeuta e o paciente explorem técnicas de desfusão, aceitação e atenção plena. Isso ajuda o paciente a desenvolver uma relação mais saudável com seus pensamentos e emoções.

  5. Compromisso com Valores: Com base nos valores identificados, o terapeuta ajuda o paciente a definir metas específicas e mensuráveis que estão alinhadas com esses valores. O paciente é incentivado a agir de acordo com esses compromissos.

 

Terapia em Grupo na ACT:

  1. Compartilhamento de Experiências: Na terapia em grupo, os participantes têm a oportunidade de compartilhar suas experiências, o que pode ser poderoso para normalizar sentimentos e desafios comuns.

  2. Suporte e Feedback: Os membros do grupo oferecem apoio e feedback uns aos outros, criando um senso de comunidade e pertencimento.

  3. Atividades em Grupo: As sessões de grupo podem incluir atividades práticas, exercícios de desfusão e práticas de mindfulness que os participantes realizam juntos.

 

Armadilhas que Dificultam a Criação de Vínculo com o Paciente na ACT:

  1. Falta de Aceitação do Terapeuta: Quando o terapeuta não demonstra aceitação genuína das experiências do paciente, isso pode criar barreiras para a construção do vínculo terapêutico. Por exemplo, imagine um paciente que relata sentir intensa ansiedade. Se o terapeuta minimiza ou julga a ansiedade do paciente, em vez de demonstrar empatia e compreensão, isso pode afetar negativamente a relação terapêutica.

  2. Resistência do Paciente: A resistência do paciente em aceitar ou explorar suas experiências internas, como emoções desconfortáveis, pode ser uma armadilha comum. Por exemplo, um paciente com transtorno de ansiedade social pode resistir a participar de exposições terapêuticas que envolvam interações sociais. Se o terapeuta não abordar essa resistência com empatia e compreensão, o paciente pode se sentir julgado ou incompreendido, dificultando a criação de vínculo.

  3. Não Focar em Valores: Se a terapia não se concentrar na identificação e no compromisso com os valores pessoais do paciente, pode perder sua base na ACT e a motivação do paciente. Por exemplo, imagine um paciente que busca tratamento para depressão. Se o terapeuta não explora os valores fundamentais do paciente, como conexão social e realização pessoal, a terapia pode se tornar desvinculada das metas e prioridades do paciente, levando à falta de motivação e engajamento.

  4. Falta de Consistência: A falta de consistência na aplicação dos princípios da ACT ao longo das sessões pode minar a confiança do paciente no processo terapêutico. Por exemplo, se o terapeuta promove a aceitação e a desfusão em algumas sessões, mas em outras sessões foca apenas na redução de sintomas, o paciente pode se sentir confuso e desconectado do tratamento. A consistência na abordagem terapêutica é essencial para manter a confiança e o vínculo com o paciente.

 

Como Pode ser Feita a Adaptação da ACT para Diferentes Públicos?

A ACT (Terapia de Aceitação e Compromisso) é uma abordagem terapêutica que tem sido adaptada com sucesso para diferentes públicos, incluindo crianças e adolescentes, pessoas com dor crônica e transtornos alimentares. 

Aqui estão algumas ideias sobre as adaptações da ACT para esses públicos:

  1. crianças e Adolescentes: A Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) pode ser adaptada para crianças e adolescentes, tornando-a mais acessível e envolvente para esse público. Por exemplo, um terapeuta que trabalha com uma criança que enfrenta ansiedade social pode usar jogos lúdicos, como um jogo de representação de situações sociais, para ajudar a criança a compreender conceitos-chave da ACT, como aceitação e desfusão cognitiva. Além disso, a terapia pode envolver os pais, fornecendo-lhes estratégias para apoiar a criança em casa, como promover a comunicação aberta sobre emoções. A ACT para crianças e adolescentes pode ser aplicada em ambientes diversos, como escolas, hospitais e clínicas, para ajudar os jovens a desenvolverem habilidades emocionais e enfrentarem desafios específicos da idade.

  2. Pessoas com Dor Crônica: A ACT tem se mostrado eficaz no tratamento da dor crônica, ajudando as pessoas a lidar melhor com seu sofrimento. Por exemplo, imagine um paciente com dor crônica nas costas que evita atividades que ama, como caminhar no parque, devido ao medo da dor. Um terapeuta de ACT trabalharia com esse paciente para aceitar a presença da dor como parte da vida e incentivá-lo a se concentrar em seus valores, como estar saudável e ativo. O terapeuta pode ensinar técnicas de mindfulness, como a atenção plena à respiração, para ajudar o paciente a reduzir a resistência à dor e melhorar sua qualidade de vida. Assim, a pessoa aprende a se relacionar de forma mais saudável com a dor, em vez de evitá-la.

  3. Transtornos Alimentares: A ACT também pode ser aplicada no tratamento de transtornos alimentares, como anorexia, bulimia e transtorno de compulsão alimentar. Suponha que um indivíduo esteja lutando contra a bulimia, que envolve episódios de ingestão compulsiva seguidos de purga. O terapeuta de ACT pode trabalhar com o paciente para que ele aceite as emoções desconfortáveis que podem estar relacionadas a esses comportamentos, como ansiedade ou baixa autoestima. Ao mesmo tempo, o terapeuta ajuda o paciente a identificar valores relacionados à saúde e ao bem-estar, como nutrição adequada e autocuidado. A terapia pode incluir o desenvolvimento de habilidades para lidar com situações desafiadoras, como a pressão social para dietas restritivas. Dessa forma, a pessoa pode progredir em direção a uma relação mais saudável com a comida e com seu próprio corpo.

Como você já sabe, a ideia é buscar a aceitação de emoções desconfortáveis e o desenvolvimento de valores e objetivos relacionados à saúde e bem-estar. A terapia pode incluir técnicas de mindfulness, desfusão cognitiva ou contar com a participação dos pais, por exemplo, para ajudar a fornecer suporte adicional para o tratamento.

 

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