⭐⭐⭐⭐⭐ 187.205 🌐 Português
Criado por: Fernando Henrique Kerchner
⭐⭐⭐⭐⭐ 87.205 🌐 Português
Criado por: Fernando Henrique Kerchner
Olá, caro aluno! Tudo bem?
Vire o seu dispositivo na vertical para
uma melhor experiência de estudo.
Bons estudos! =)
💼 Processos Seletivos (Vagas de emprego)
🏆 Prova de Títulos (Empresa)
👩🏫 Atividades Extras (Faculdade)
📝 Pontuação (Concursos Públicos)
Não há cadastros ou provas. O aluno apenas estuda o material abaixo e se certifica por isso.
Ao final da leitura, adquira os 10 certificados deste curso por apenas R$47,00.
Você recebe os certificados em PDF por e-mail em 5 minutinhos.
Bons estudos!
Formações complementares são excelentes para fins de processos seletivos, provas de títulos na empresa, entrega de horas extracurriculares na faculdade e pontuação em concursos públicos.
Compreender a lógica por trás da Matemática Financeira é abrir uma porta para tomar decisões mais conscientes e vantajosas sobre finanças, seja no âmbito pessoal ou nos negócios. A ideia central é simples, mas poderosa: o dinheiro não é uma entidade estática cujo valor se mantém inalterado ao longo do tempo. Pelo contrário, o valor do dinheiro varia conforme o tempo passa. R$ 100 hoje não possuem o mesmo poder ou as mesmas possibilidades que R$ 100 terão daqui a um ano, ou daqui a dez anos.
O valor do dinheiro no tempo é, em sua essência, o reconhecimento de que ter uma determinada quantia de dinheiro hoje é inerentemente mais vantajoso do que ter a mesma quantia em uma data futura. Estou falando sobre a matemática do tempo!
O conceito de valor do dinheiro no tempo é traduzido em cálculos práticos através das noções de Valor Futuro (VF) e Valor Presente (VP), que são a base da Matemática Financeira.
O Valor Futuro (VF) responde à pergunta: quanto valerá no futuro (em uma data específica) uma determinada quantia de dinheiro que eu tenho hoje, considerando uma certa taxa de juros? É a quantia inicial acrescida dos juros acumulados ao longo do tempo. Imagine aqui que você tem R$ 2.000 hoje e decide investir esse valor em uma aplicação que rende 5% ao ano. Ao final do primeiro ano, você terá R$ 2.000 + 5% de R$ 2.000 = R$ 2.000 + R$ 100 = R$ 2.100. Ao final do segundo ano, você terá R$ 2.100 + 5% de R$ 2.100 = R$ 2.100 + R$ 105 = R$ 2.205. O Valor Futuro dos seus R$ 2.000 originais daqui a dois anos, a uma taxa de 5% ao ano, é R$ 2.205. O tempo, neste caso, fez o seu dinheiro “crescer”.
O Valor Presente (VP), por outro lado, responde à pergunta: quanto vale hoje uma determinada quantia de dinheiro que eu vou receber (ou pagar) lá no futuro? Ele representa o valor equivalente, no momento atual, de um montante futuro, descontando-se os juros que esse montante futuro teria que gerar para atingir esse valor. É o processo inverso do cálculo do Valor Futuro. Imagine que alguém lhe promete pagar R$ 1.500 daqui a um ano. Se a taxa de juros que você poderia obter em uma aplicação segura é de 10% ao ano, qual o Valor Presente dessa promessa hoje? Você calcula quanto precisaria investir hoje, a 10% ao ano, para ter R$ 1.500 em um ano. A Matemática Financeira nos ensina que, neste caso, o Valor Presente seria de aproximadamente R$ 1.363,64. Ou seja, ter R$ 1.363,64 hoje, com a possibilidade de investi-los a 10% ao ano, equivale financeiramente a receber R$ 1.500 daqui a um ano. Quanto maior a taxa de juros utilizada para “descontar” o valor futuro, menor será o seu Valor Presente, pois maiores são as oportunidades de rentabilidade que você estaria perdendo ao não ter o dinheiro hoje.
Compreender a lógica do Valor Presente é fundamental para analisar a vantagem de pagar à vista com desconto versus parcelar. Imagine que uma loja oferece um produto por R$ 10.000 à vista ou em 12 parcelas de R$ 1.000 (totalizando R$ 12.000), dizendo ser “sem juros”. Se você tem os R$ 10.000 hoje e pode investi-los em uma aplicação que rende, digamos, 1% ao mês, você precisa calcular o Valor Futuro desses R$ 10.000 ao longo dos 12 meses e compará-lo com os R$ 12.000 que pagaria parcelado. Ou, inversamente, calcular o Valor Presente de cada uma das 12 parcelas de R$ 1.000 (descontando-as à sua taxa de 1% ao mês) e somar esses Valores Presentes. Se a soma for menor que R$ 10.000, pagar parcelado pode ser vantajoso (financeiramente). Se for maior, pagar à vista é a melhor opção. Mesmo quando dizem “sem juros”, o custo do dinheiro no tempo continua existindo na forma da rentabilidade que você poderia obter se estivesse com o dinheiro.
Para começar a entender os juros simples, é preciso primeiro compreender o que são os juros em sua essência. No módulo anterior, conversamos sobre o valor do dinheiro no tempo, sobre como ter uma quantia hoje vale mais do que ter a mesma quantia no futuro. Os juros surgem justamente como uma remuneração ou compensação pelo uso do dinheiro de outra pessoa por um determinado período, ou, sob a ótica de quem cede o dinheiro, uma remuneração por abrir mão de usá-lo no presente.
Imagine aqui que você tem R$ 1.000 que guardou com esforço. Um amigo precisa de um dinheiro rápido e pede R$ 1.000 emprestados, prometendo devolver em um mês. Você pensa: “Ok, posso emprestar, mas durante esse mês, eu não vou poder usar esse R$ 1.000. Eu poderia estar usando para pagar uma conta com desconto, ou para comprar um material que preciso para o meu trabalho”. Ou seja, você está abrindo mão de uma oportunidade de uso desse dinheiro por um tempo. Por isso, é justo que, ao devolver, seu amigo pague um valor extra – os juros – como forma de compensar você por esse “sacrifício” de tempo e pela oportunidade perdida. Os juros são, portanto, o preço cobrado pelo uso do dinheiro ao longo do tempo.
O que diferencia os juros simples de outros tipos de juros é a regra sobre como eles são calculados. No sistema de juros simples, os juros de cada período são calculados sempre sobre o valor inicial da aplicação ou do empréstimo, que chamamos de capital. O valor dos juros gerados em períodos anteriores não é somado ao capital para gerar novos juros nos períodos seguintes. É um cálculo direto, linear e previsível.
Vamos visualizar isso com um exemplo prático. Suponha que você investiu R$ 5.000 em uma aplicação que promete render 2% de juros simples ao mês, durante 4 meses. Como o sistema é de juros simples, o cálculo dos juros em cada um dos quatro meses será feito sempre sobre o capital inicial, que é R$ 5.000.
Ao final dos 4 meses, o total de juros recebidos foi R$ 100 + R$ 100 + R$ 100 + R$ 100 = R$ 400. E o montante total, que é o capital inicial somado ao total de juros, é R$ 5.000 + R$ 400 = R$ 5.400. A evolução dos juros é uma linha reta, somando-se o mesmo valor a cada período. Esse sistema é ideal para operações de curto prazo ou em situações onde a previsibilidade do valor dos juros é essencial.
Para facilitar o cálculo dos juros simples sem precisar somar o valor dos juros de cada período individualmente, existe uma fórmula bastante direta que resume todo o processo. A fórmula é a seguinte:
J = C × i × t
Onde cada letra representa um elemento fundamental do cálculo:
Vamos pegar o nosso exemplo anterior e aplicar a fórmula para ver como funciona na prática. Capital (C) = R$ 5.000. Taxa de juros (i) = 2% ao mês = 0,02. Tempo (t) = 4 meses.
J = 5000 × 0,02 × 4 J = 100 × 4 J = 400
O resultado é R$ 400, exatamente o mesmo total de juros que calculamos somando os juros de cada mês individualmente. A fórmula nos poupa o trabalho e nos dá o resultado de forma rápida.
Agora, vejamos outro exemplo prático usando a fórmula. Suponha que uma empresa pegou um empréstimo de R$ 20.000 a uma taxa de 3% de juros simples ao mês e precisa pagar tudo de volta em 6 meses. Qual será o total de juros a serem pagos?
Capital (C) = R$ 20.000. Taxa de juros (i) = 3% ao mês = 0,03. Tempo (t) = 6 meses.
J = 20000 × 0,03 × 6 J = 600 × 6 J = 3600
A empresa pagará R$ 3.600 de juros sobre o empréstimo. O montante total a ser devolvido será o capital mais os juros: R$ 20.000 + R$ 3.600 = R$ 23.600. Percebe como a fórmula torna o cálculo direto?
Um detalhe importantíssimo e que costuma causar erros nos cálculos de juros simples (e em Matemática Financeira em geral) é a compatibilização entre a unidade de tempo da taxa de juros e a unidade de tempo do período da operação. Eles precisam estar na mesma “linguagem”.
O que isso significa na prática? Se a taxa de juros é informada ao mês, o tempo (t) utilizado na fórmula também precisa estar expresso em meses. Se a taxa é ao ano, o tempo deve ser contado em anos. Se a taxa é ao dia, o tempo deve ser em dias, e assim por diante. Misturar unidades de tempo leva a resultados incorretos.
Imagine aqui que você fez um investimento de R$ 1.000 a uma taxa de 1% de juros simples ao mês por um período de 2 anos. Para usar a fórmula corretamente, você precisa converter o tempo para meses. 2 anos equivalem a 2 × 12 = 24 meses.
Capital (C) = R$ 1.000. Taxa de juros (i) = 1% ao mês = 0,01. Tempo (t) = 24 meses.
J = 1000 × 0,01 × 24 J = 10 × 24 J = 240
Os juros totais seriam R$ 240. O montante final seria R$ 1.000 + R$ 240 = R$ 1.240. Se você tivesse usado o tempo como “2” (anos) na fórmula com a taxa mensal, o resultado seria totalmente diferente (e errado). A compatibilização é um passo simples, mas que exige atenção antes de aplicar a fórmula.
Embora, como veremos adiante, o sistema de juros compostos são frequentemente utilizados em empréstimos informais entre amigos ou familiares, onde a simplicidade do cálculo é uma vantagem. Imagine que você empresta R$ 300 para um colega de trabalho que promete pagar de volta em 3 semanas com 5% de juros simples sobre o valor emprestado. A conta é rápida e clara para ambos. J = 300 × 0,05 × 1 (considerando 1 período de 3 semanas, ou convertendo a taxa para o período).
Os juros simples também podem ser encontrados em alguns tipos de acordos judiciais, onde o cálculo de juros sobre dívidas passadas é feito de forma linear sobre o valor original devido. Em certos contratos de curto prazo entre empresas, para facilitar a liquidação, também pode ser acordado o regime de juros simples. Além disso, é o regime de juros mais comum em muitos cálculos acadêmicos e escolares para introduzir o conceito de juros antes de avançar para o regime composto.
Um ponto interessante sobre a fórmula dos juros simples (J = C × i × t) é que ela é bastante versátil. Se você conhece três das quatro variáveis (J, C, i, t), pode facilmente descobrir o valor da variável desconhecida isolando-a na fórmula. Essa capacidade de usar a fórmula “ao contrário” é muito útil na prática.
Imagine que você emprestou R$ 1.500 para alguém e, ao final de 8 meses, recebeu de volta R$ 1.740, sob regime de juros simples. Você sabe que o total de juros foi R$ 1.740 – R$ 1.500 = R$ 240. Agora você quer saber qual foi a taxa de juros mensal (i) que foi aplicada. Você tem J = R$ 240, C = R$ 1.500 e t = 8 meses. Reorganizando a fórmula (i = J / (C × t)), você calcula: i = 240 / (1500 × 8) i = 240 / 12000 i = 0,02
Convertendo para porcentagem (multiplicando por 100), a taxa de juros foi de 2% ao mês. Viu só? A mesma fórmula serviu para descobrir a taxa. Da mesma forma, se você soubesse a taxa e o total de juros e quisesse descobrir o capital inicial ou o tempo, poderia isolar C ou t na fórmula e fazer o cálculo.
Compreender a mecânica simples dos juros simples e saber utilizar sua fórmula básica (J = C × i × t) é o primeiro passo fundamental para desenvolver a consciência financeira. Isso te capacita a olhar para uma oferta de crédito, um parcelamento, ou um investimento e começar a identificar “Ah, aqui tem juros!” e, em alguns casos, até calcular a taxa envolvida para decidir se a operação é vantajosa ou não. É a base que te dará mais autonomia sobre o seu dinheiro. Dominar os juros simples é estar pronto para o próximo nível da Matemática Financeira: os juros compostos, onde a história da acumulação de juros ganha uma dinâmica completamente diferente, com o famoso efeito de “juros sobre juros” que pode ser seu maior aliado ou seu maior inimigo nas finanças. Mas isso, ah, isso é conversa para o nosso próximo mergulho.
Se os juros simples atuam de forma linear, somando sempre o mesmo valor de juros ao capital inicial a cada período, os juros compostos funcionam de maneira completamente diferente, gerando um crescimento exponencial. E é essa característica que lhes confere o famoso apelido de “juros sobre juros“.
A regra de ouro dos juros compostos é que o juro calculado em cada período não fica de fora da conta principal; ele é incorporado ao capital e, a partir desse momento, passa a fazer parte da base de cálculo para os juros dos períodos seguintes. É como se o juro ganho (ou devido) passasse a “trabalhar” também, gerando mais juros sobre si mesmo. É daí que vem a ideia de “juros sobre juros“. Esse mecanismo cria uma bola de neve financeira que, com o passar do tempo, pode levar a crescimentos (ou decréscimos, no caso das dívidas) impressionantes.
Vamos revisitar o exemplo que usamos para juros simples, mas agora aplicando a lógica dos compostos para sentir a diferença. Imagine que você investiu R$ 1.000 em uma aplicação que rende 10% ao ano, desta vez sob o regime de juros compostos, durante 3 anos.
Comparando com o regime de juros simples, onde o montante final seria R$ 1.300, a diferença em apenas 3 anos é de R$ 31. Pode parecer pequena, mas essa diferença aumenta dramaticamente quanto maior for o prazo da operação e quanto maior for a taxa de juros aplicada. Os R$ 31 a mais representam justamente os juros que foram gerados “sobre os juros” acumulados nos períodos anteriores.
Para calcular o montante final (M) acumulado em uma operação sob o regime de juros compostos, utilizamos uma fórmula que reflete essa dinâmica de crescimento exponencial. A fórmula principal relaciona o capital inicial, a taxa de juros e o tempo da operação:
M = C × (1 + i)ᵗ
Onde:
Vamos aplicar essa fórmula a um exemplo mais robusto para sentir o poder do crescimento composto ao longo de um período mais extenso. Suponha que você investiu R$ 10.000 em uma aplicação que rende 0,5% de juros compostos ao mês durante 5 anos.
Primeiro, precisamos compatibilizar o tempo com a taxa. A taxa é mensal (0,5% ao mês), então o tempo também deve estar em meses. 5 anos equivalem a 5 × 12 = 60 meses.
Capital (C) = R$ 10.000. Taxa de juros (i) = 0,5% ao mês = 0,005. Tempo (t) = 60 meses.
Aplicando a fórmula:
M = 10.000 × (1 + 0,005)⁶⁰ M = 10.000 × (1,005)⁶⁰
Calculando (1,005)⁶⁰, obtemos aproximadamente 1,34885.
M ≈ 10.000 × 1,34885 M ≈ 13.488,50
Ao final de 5 anos, o montante acumulado seria de aproximadamente R$ 13.488,50. O total de juros (J) gerados pode ser calculado subtraindo o capital inicial do montante final:
J = M – C J ≈ 13.488,50 – 10.000 J ≈ 3.488,50
Nesse período de 5 anos, foram gerados aproximadamente R$ 3.488,50 de juros. Se fosse sob o regime de juros simples com a mesma taxa (0,5% a.m. por 60 meses), os juros totais seriam J = 10000 × 0,005 × 60 = R$ 3.000, e o montante seria R$ 13.000. A diferença de aproximadamente R$ 488,50 em 5 anos já demonstra o efeito da composição, que seria muito maior em prazos mais longos.
A compreensão dos juros compostos é fundamental porque eles são a base de funcionamento da grande maioria das operações financeiras que você encontrará no seu dia a dia. Seja ao fazer um investimento (como na poupança, CDB, Tesouro Direto, fundos de investimento), ao contratar um empréstimo pessoal ou empresarial, ao obter um financiamento imobiliário ou de veículo, ou ao utilizar o cartão de crédito (especialmente se você não pagar o valor total da fatura), os juros calculados serão, quase sempre, sob o regime composto.
Para quem investe ou poupa, os juros compostos são o grande aliado. O efeito “bola de neve” faz com que, com o passar do tempo e a reinvestimento dos juros gerados, o patrimônio cresça de forma cada vez mais acelerada. É a força dos juros compostos que permite que pequenas quantias poupadas e investidas regularmente ao longo de muitos anos se transformem em valores significativos. Imagine que você começa a investir R$ 200 por mês em uma aplicação que rende 1% ao mês. No primeiro mês, você terá os R$ 200 mais os juros desse valor. No segundo mês, você investe mais R$ 200 e ganha juros sobre o total acumulado do mês anterior (os R$ 200 iniciais mais os juros gerados). Com o tempo, a maior parte do crescimento do seu investimento virá dos juros sobre os juros acumulados, e não apenas dos seus novos aportes.
No entanto, para quem tem dívidas, os juros compostos se tornam o inimigo. O mesmo efeito “bola de neve” que faz o investimento crescer, faz a dívida explodir se não for controlada. Um exemplo clássico e doloroso é a dívida do cartão de crédito. Se você não paga o valor total da fatura, o saldo devedor do mês é acrescido de juros altíssimos (geralmente calculados diariamente sob regime composto). No mês seguinte, os juros incidirão sobre o saldo original acrescido dos juros do mês anterior. Se você continuar pagando apenas o valor mínimo, a dívida pode crescer a uma velocidade assustadora, tornando-se rapidamente um valor impagável. Já viu casos de pessoas que deviam R$ 2.000 no cartão de crédito e, em poucos meses, sem pagar o total, a dívida saltou para R$ 4.000 ou R$ 5.000? Isso é o poder dos juros compostos trabalhando contra o devedor.
O importante é entender que, nos juros compostos, o tempo é o seu maior aliado ou o seu maior inimigo.
No dia a dia das nossas vidas financeiras, nos deparamos constantemente com situações que envolvem pagamentos ou recebimentos periódicos. Seja a fatura do cartão de crédito parcelada, a mensalidade de um serviço, os depósitos regulares em um plano de previdência, o pagamento das parcelas de um empréstimo ou o recebimento de alugueis, estamos falando de séries de pagamentos. Compreender a mecânica por trás dessas séries é mais do que uma habilidade matemática; é uma ferramenta essencial para tomar decisões financeiras mais inteligentes e ter uma visão clara do custo real das operações ou do potencial de acumulação dos seus investimentos.
Uma série de pagamentos é, em essência, um fluxo de valores (iguais ou com um padrão de variação definido) que ocorrem em intervalos de tempo regulares. Esses intervalos podem ser diários, semanais, mensais, trimestrais, anuais, dependendo da natureza da operação. O que caracteriza a série é a periodicidade.
As séries podem ser classificadas principalmente em duas modalidades quanto ao momento do pagamento ou recebimento:
Outra classificação importante se refere ao prazo da série:
Para a nossa discussão e para a maioria das aplicações práticas, focaremos nas séries temporárias postecipadas, que são as mais encontradas em financiamentos, empréstimos e muitos tipos de parcelamentos.
A compreensão das séries de pagamentos está intrinsecamente ligada ao conceito de valor do dinheiro no tempo. Como vimos anteriormente, o dinheiro presente vale mais do que o dinheiro futuro devido à inflação e às oportunidades de investimento. Quando lidamos com uma série de pagamentos futuros, precisamos de ferramentas para determinar qual o valor equivalente dessa série hoje (Valor Presente) ou qual será o valor acumulado dessa série no futuro (Valor Futuro), considerando os juros ao longo do tempo.
Para calcular o Valor Presente (VP) de uma série de pagamentos constantes (onde todas as parcelas PMT são iguais e a taxa de juros ‘i’ é a mesma por período) em um regime de juros compostos, utilizamos a seguinte fórmula:
VP=PMT×[i1−(1+i)−n]
Onde:
Essa fórmula, em sua essência, está “descontando” cada parcela futura para o seu valor equivalente no momento presente, somando todos esses valores presentes individuais para obter o Valor Presente total da série.
Para calcular o Valor Futuro (VF) de uma série de pagamentos constantes (onde as parcelas PMT são iguais e a taxa ‘i’ é a mesma por período) em um regime de juros compostos, utilizamos esta fórmula:
VF=PMT×[i(1+i)n−1]
Onde:
Essa fórmula calcula o valor futuro de cada parcela individualmente (considerando quantos períodos ela renderá juros até o final da série) e soma todos esses Valores Futuros para obter o Valor Futuro total da série.
Vamos ver como essas fórmulas se traduzem em situações financeiras reais:
Exemplo Prático 1: Calculando o Valor da Parcela de um Financiamento
Imagine que você precisa de R$ 20.000 emprestados para reformar sua casa e o banco oferece um empréstimo pessoal com taxa de 1,5% de juros ao mês para pagar em 24 parcelas mensais (série postecipada). Você quer saber qual será o valor de cada parcela.
Nesse caso, o Valor Presente (VP) da série de pagamentos que você fará é o valor que você recebe hoje, ou seja, R$ 20.000. Temos a taxa (i = 0,015) e o número de períodos (n = 24). Queremos descobrir o valor da parcela (PMT). Utilizamos a fórmula do VP e a invertemos para isolar o PMT:
PMT=[i1−(1+i)−n]VP
Substituindo os valores:
PMT=[0,0151−(1+0,015)−24]20000
Ao calcular essa expressão (com auxílio de uma calculadora financeira ou planilha), você chegará a um valor aproximado de PMT ≈ R$ 979,64. Isso significa que você pagará 24 parcelas de R$ 979,64. O valor total pago ao final do empréstimo será 24 × R$ 979,64 ≈ R$ 23.511,36. A diferença entre o total pago e o valor emprestado (R$ 23.511,36 – R$ 20.000 = R$ 3.511,36) corresponde ao total de juros pagos.
Exemplo Prático 2: Calculando o Valor Acumulado de um Investimento Regular
Suponha que você decide começar a poupar para a aposentadoria, investindo R$ 400 no final de cada mês em uma aplicação que rende, em média, 0,8% de juros compostos ao mês durante 15 anos. Quanto você terá acumulado ao final desse período?
Nesse caso, temos uma série de pagamentos (PMT = R$ 400) que ocorrem no final de cada mês (série postecipada). A taxa é mensal (i = 0,008). O tempo é de 15 anos, que precisamos converter para meses: 15 anos × 12 meses/ano = 180 meses (n = 180). Queremos descobrir o Valor Futuro (VF) da série.
Utilizamos a fórmula do VF:
VF=PMT×[i(1+i)n−1]
Substituindo os valores:
VF=400×[0,008(1+0,008)180−1]
Ao calcular essa expressão, o resultado aproximado será VF ≈ R$ 133.163,36. Ao final de 15 anos, você terá investido um total de R$ 400 × 180 = R$ 72.000. Os juros compostos gerados sobre cada um dos seus aportes mensais farão seu dinheiro crescer para mais de R$ 133 mil. A diferença (R$ 133.163,36 – R$ 72.000 = R$ 61.163,36) representa o montante de juros que você ganhou sobre seus aportes e sobre os juros acumulados ao longo do tempo.
Compreender as séries de pagamentos e saber calcular o Valor Presente e o Valor Futuro delas muda radicalmente a forma como você enxerga as ofertas de crédito e investimento. Um dos erros mais comuns é se deixar levar apenas pelo valor da parcela mensal, sem calcular o custo total da operação. Uma compra de R$ 1.000 dividida em 10 vezes de R$ 120 (totalizando R$ 1.200) significa que você pagou R$ 200 de juros. A partir do Valor Presente (R$ 1.000), do PMT (R$ 120) e do número de parcelas (n=10), você pode até calcular a taxa de juros mensal embutida na operação (usando ferramentas como o Excel, como veremos a seguir).
O conhecimento sobre séries de pagamentos te dá o poder de comparar diferentes propostas. É melhor financiar um carro em 48 parcelas com uma taxa X ou em 60 parcelas com uma taxa Y? Ao calcular o Valor Presente de ambas as séries de pagamentos, você pode compará-los com o preço à vista do carro e identificar qual opção é financeiramente mais vantajosa (ou menos desvantajosa, no caso de financiamentos caros). Ou, no caso de investimentos, é melhor aplicar uma quantia grande hoje ou fazer aportes menores e regulares ao longo do tempo? Calcular o Valor Futuro de diferentes cenários de investimento te ajuda a visualizar o potencial de acumulação e a tomar a melhor decisão para seus objetivos.
Felizmente, para a maioria das pessoas, não é necessário realizar os cálculos das fórmulas de Valor Presente ou Valor Futuro de séries de pagamentos “na mão”, especialmente quando o número de períodos é grande. As calculadoras financeiras e, principalmente, as planilhas eletrônicas como o Microsoft Excel ou o Google Sheets possuem funções financeiras nativas que realizam esses cálculos de forma rápida e eficiente.
Dominar essas funções no Excel te dá a capacidade de analisar uma infinidade de situações financeiras com precisão e autonomia. As funções mais relevantes para trabalhar com séries de pagamentos constantes (anuidades) são:
Ao utilizar essas funções, lembre-se sempre da compatibilização entre a taxa de juros e o número de períodos. Se a taxa é mensal, o número de períodos deve ser em meses. Se a taxa é anual, o número de períodos deve ser em anos.
O mais importante ao usar essas ferramentas é entender a lógica financeira por trás delas: o que cada número representa, qual o significado do Valor Presente em relação ao Valor Futuro, e como a taxa de juros e o tempo impactam os resultados. Com essa compreensão e a habilidade de usar uma planilha, você deixa de ser um espectador passivo nas operações financeiras e se torna um agente ativo, capaz de analisar ofertas, comparar opções e tomar decisões que otimizem o seu dinheiro, seja para crescer patrimônio ou para gerenciar dívidas de forma mais consciente. É o poder de ter o controle sobre suas finanças.
Quando falamos de financiamentos e empréstimos de médio a longo prazo, especialmente aqueles que envolvem grandes quantias como na compra de um imóvel ou um veículo, é fundamental entender como a dívida será paga ao longo do tempo. Não basta apenas saber o valor da parcela; é crucial compreender como essa parcela é composta e como o saldo devedor diminui a cada pagamento. É nesse ponto que entram os sistemas de amortização, que são, essencialmente, as regras que definem como a dívida principal (o capital emprestado) será devolvida ao credor, impactando diretamente o valor das parcelas e o total de juros pagos. No Brasil, os dois sistemas mais conhecidos e utilizados na prática são o SAC (Sistema de Amortização Constante) e o Price (Sistema Francês de Amortização). Compreender a diferença entre eles pode significar uma economia considerável no final do contrato.
Antes de mergulharmos nos sistemas de amortização, vamos esclarecer um ponto que causa muita confusão. Amortizar não é o mesmo que pagar juros. Amortizar significa devolver uma parte do valor principal da dívida, ou seja, uma parcela do dinheiro que foi efetivamente emprestado a você (o capital). Os juros, por outro lado, são o custo que você paga pelo uso desse capital ao longo do tempo, como vimos nos módulos anteriores sobre valor do dinheiro no tempo e juros compostos.
Quando você paga a parcela mensal de um financiamento, essa parcela é geralmente composta por duas partes: uma parte destinada à amortização (diminuindo o saldo devedor principal) e uma parte destinada ao pagamento dos juros (remunerando o credor pelo uso do dinheiro naquele período). A confusão surge porque, especialmente no início de muitos financiamentos, a maior parte da parcela é composta por juros. No entanto, apenas a parte da parcela que reduz o saldo devedor original é considerada amortização.
O Sistema de Amortização Constante (SAC) é amplamente utilizado no Brasil, sendo o mais comum em financiamentos imobiliários. Como o próprio nome sugere, a característica principal do SAC é que o valor da amortização da dívida principal é constante ao longo de todo o contrato. O valor do capital emprestado é simplesmente dividido pelo número de parcelas.
A fórmula da amortização no SAC é bem direta:
Amortização = Saldo Devedor Inicial / Número Total de Parcelas
O que varia no sistema SAC são os juros e, consequentemente, o valor total das parcelas. Os juros de cada período são calculados sobre o saldo devedor naquele período. Como a amortização constante reduz o saldo devedor a cada pagamento, o valor sobre o qual os juros são calculados diminui progressivamente. Resultado: os juros diminuem a cada parcela, e, como a amortização é fixa, o valor total da parcela também diminui ao longo do tempo.
Vamos ver um exemplo prático para ilustrar essa mecânica. Imagine que você financiou R$ 200.000 para comprar um imóvel, para pagar em 20 meses (apenas para simplificar, financiamentos imobiliários são geralmente muito mais longos) com uma taxa de juros de 1% ao mês (regime de juros compostos sobre o saldo devedor).
A amortização mensal no SAC será constante: Amortização = R$ 200.000 / 20 = R$ 10.000 por mês
Agora, vamos ver como ficam as primeiras parcelas:
Repare que a amortização (R$ 10.000) se manteve fixa, enquanto os juros (R$ 2.000, R$ 1.900, R$ 1.800) e, consequentemente, as parcelas totais (R$ 12.000, R$ 11.900, R$ 11.800) diminuíram progressivamente a cada mês. Essa é a marca registrada do SAC.
O Sistema Price, também conhecido como Sistema Francês de Amortização, é o sistema mais comum em financiamentos de veículos e empréstimos pessoais. Sua principal característica, e o que o diferencia do SAC, é que o valor das parcelas é fixo do início ao fim do contrato (desconsiderando seguros ou taxas que podem variar).
Para que o valor da parcela se mantenha constante, a composição dessa parcela varia ao longo do tempo. No início do financiamento pelo sistema Price, a maior parte do valor da parcela é destinada ao pagamento dos juros, e uma parte menor é destinada à amortização do capital principal. À medida que o saldo devedor diminui gradualmente a cada pagamento, o valor dos juros calculados sobre esse saldo também diminui. Para manter a parcela total fixa, a parte da parcela destinada à amortização do capital precisa aumentar progressivamente. Assim, no final do financiamento, a maior parte da parcela é composta por amortização, e a parte de juros é mínima.
Para calcular o valor da parcela fixa no sistema Price, utilizamos a fórmula do cálculo de séries de pagamentos constantes (anuidades) que vimos no módulo anterior. O valor financiado é o Valor Presente (VP) da série de parcelas futuras, e a parcela é o PMT:
PMT=VP×1−(1+i)−ni
Usando o mesmo exemplo anterior – financiamento de R$ 200.000, para pagar em 20 meses com taxa de 1% ao mês:
Valor Presente (VP) = R$ 200.000. Taxa de juros (i) = 1% ao mês = 0,01. Número de períodos (n) = 20 meses.
Aplicando a fórmula:
PMT=200000×1−(1+0.01)−200.01PMT≈200000×1−(1.01)−200.01PMT≈200000×1−0.8195440.01PMT≈200000×0.1804560.01PMT≈200000×0.05541 PMT≈R$ 11.082,00
Ou seja, no sistema Price, a parcela seria de aproximadamente R$ 11.082,00 todos os meses durante os 20 meses. Agora, vamos ver como essa parcela se decompõe nos primeiros meses:
Repare que a parcela total (R$ 11.082,00) se manteve fixa, enquanto os juros (R$ 2.000, R$ 1.909,18, R$ 1.817,45) diminuíram e a amortização (R$ 9.082,00, R$ 9.172,82, R$ 9.264,55) aumentou progressivamente a cada mês.
A pergunta que naturalmente surge é: qual sistema de amortização é o melhor? E a resposta, como em muitas questões financeiras, é: depende do seu objetivo e da sua capacidade financeira.
Se o seu principal objetivo é pagar menos juros no total ao longo do financiamento, o SAC geralmente é a opção mais vantajosa. Como a amortização da dívida principal é constante e mais rápida no início em comparação com o Price, o saldo devedor diminui mais rapidamente. Consequentemente, o montante sobre o qual os juros são calculados também cai mais rápido, resultando em um total de juros pago menor ao final do contrato. No nosso exemplo simplificado de R$ 200.000 em 20 meses a 1% a.m., o total de juros pago no SAC seria R$ 21.000 (R$ 12.000 + R$ 11.900 + … + R$ 10.100, somando as 20 parcelas decrescentes e subtraindo os R$ 200.000 iniciais), enquanto no Price seria aproximadamente R$ 21.640 (R$ 11.082 x 20 – R$ 200.000).
No entanto, o “custo” de pagar menos juros no SAC é que as parcelas iniciais são mais altas do que no Price. No nosso exemplo, a primeira parcela no SAC é R$ 12.000, enquanto no Price é R$ 11.082. Para algumas pessoas, especialmente aquelas com um orçamento mais apertado no presente, o valor inicial mais alto da parcela do SAC pode ser um impeditivo financeiro.
Já o Price oferece a vantagem da previsibilidade no valor das parcelas, que permanecem fixas ao longo do contrato (facilitando o planejamento mensal). Contudo, como a amortização no início é menor, o saldo devedor diminui mais lentamente nos primeiros anos, o que faz com que os juros incidam sobre um valor maior por mais tempo, resultando em um total de juros pago maior ao final do contrato em comparação com o SAC (para o mesmo valor financiado, prazo e taxa).
A escolha entre SAC e Price é, portanto, um trade-off entre parcelas iniciais mais baixas e fixas (Price, mas pagando mais juros no total) e pagar menos juros no total (SAC, mas com parcelas iniciais mais altas que vão diminuindo). Para financiamentos de longo prazo, como os imobiliários que duram 20, 30 anos ou mais, a diferença no total de juros pagos entre os dois sistemas pode ser enorme, chegando a dezenas ou até centenas de milhares de reais a mais no Price em comparação com o SAC. Por isso, é fundamental calcular e comparar o impacto de cada sistema no seu caso específico e escolher aquele que melhor se alinha com sua capacidade de pagamento presente e seus objetivos financeiros de longo prazo.
Independentemente do sistema de amortização escolhido (SAC ou Price), a maioria dos contratos de financiamento permite a realização de amortizações extraordinárias. Isso significa que você pode, voluntariamente, adiantar o pagamento de uma parte do valor principal da dívida utilizando recursos próprios (como um bônus que recebeu, a venda de um bem, ou uma economia extra). Essa prática é extremamente vantajosa.
Ao realizar uma amortização extraordinária, você está reduzindo o saldo devedor principal. Isso tem um impacto direto na quantidade de juros que você pagará no futuro, pois os juros são calculados sobre o saldo devedor remanescente. As opções geralmente oferecidas são:
A prática mostra que reduzir o prazo costuma ser a opção mais vantajosa financeiramente, pois você se livra da dívida mais rápido e elimina o pagamento de juros futuros por um período maior. Realizar amortizações extraordinárias é uma estratégia poderosa para quem deseja economizar significativamente no total de juros pagos e quitar o financiamento antes do prazo original. O impacto dessa prática é ainda maior em contratos de longo prazo e, no sistema SAC, onde a amortização constante já reduz o saldo devedor mais rapidamente no início, uma amortização extra acelera ainda mais essa redução, impactando diretamente nos juros das parcelas subsequentes.
No fim das contas, entender a lógica por trás dos sistemas de amortização SAC e Price, saber como as parcelas são compostas (amortização + juros) e como a amortização impacta o saldo devedor, e como o saldo devedor impacta os juros, é o que lhe confere autonomia nas suas decisões financeiras. Você não precisa depender exclusivamente do que o gerente do banco diz ou do que o vendedor oferece. Você tem as ferramentas para calcular, comparar as propostas de diferentes instituições, identificar qual sistema é mais vantajoso para o seu perfil e, se possível, utilizar estratégias como as amortizações extraordinárias para otimizar seu financiamento. Esse conhecimento transforma você de um simples pagador de parcelas em um gestor consciente da sua dívida, capaz de fazer o seu dinheiro trabalhar de forma mais eficiente a seu favor.
Esperamos que tenha gostado deste curso online complementar.
Agora você pode solicitar o certificado de conclusão em seu nome.
Os certificados complementares são ideais para processos seletivos, promoção interna, entrega de horas extracurriculares obrigatórias da faculdade e para pontuação em concursos públicos.
Eles são reconhecidos e válidos em todo o país. Após emissão do certificado, basta baixá-lo e imprimi-lo ou encaminhar diretamente para a Instituição interessada (empresa, faculdade ou órgão público).
Desejamos a você todo o sucesso do mundo. Até o próximo curso!
De R$159,90
por R$49,90
⏱️ Valor promocional
💼 Processos Seletivos (Vagas de emprego)
🏆 Prova de Títulos (Empresa)
👩🏫 Atividades Extras (Faculdade)
📝 Pontuação (Concursos Públicos)