Introdução ao MCASP – Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público

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Introdução ao MCASP - Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público - Curso online grátis profissionalizante complementar

A gênese do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, o MCASP, está intrinsecamente ligada à necessidade histórica de aprimoramento e uniformização das práticas contábeis no âmbito da gestão pública brasileira.

Historicamente, a contabilidade aplicada ao setor público no Brasil era regida por uma legislação que, embora fundamental, não acompanhava totalmente a evolução das melhores práticas internacionais e as crescentes demandas por transparência e responsabilidade fiscal. A Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, estatuiu normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, sendo um marco legal importante. No entanto, a sua abrangência e detalhamento não eram suficientes para garantir a plena uniformidade e a aplicação de princípios contábeis consistentes em todas as esferas de governo e entidades do setor público.

 

A Influência das Normas Internacionais de Contabilidade do Setor Público (IPSAS)

Um fator crucial que impulsionou a criação e a evolução do MCASP foi o movimento global em direção à convergência das normas contábeis do setor público com as Normas Internacionais de Contabilidade do Setor Público (International Public Sector Accounting Standards – IPSAS), emitidas pelo Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade para o Setor Público (International Public Sector Accounting Standards Board – IPSASB). As IPSAS representam um conjunto abrangente de normas baseadas no regime de competência (accrual basis), que buscam aprimorar a qualidade e a comparabilidade das informações financeiras do setor público em nível mundial. A adoção dessas normas visa proporcionar maior transparência, responsabilidade (accountability) e gestão financeira aprimorada no setor público.

O Brasil, como membro da comunidade internacional e signatário de acordos que incentivam a adoção de boas práticas de governança, reconheceu a importância de alinhar suas normas contábeis com as IPSAS. A convergência para as IPSAS trouxe a necessidade de adaptação de conceitos e procedimentos, o que foi fundamental para a estruturação do MCASP.

 

O Papel da Secretaria do Tesouro Nacional (STN)

Neste contexto de busca por uniformidade e convergência, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), órgão central do Sistema de Contabilidade Federal e responsável pela supervisão técnica da contabilidade pública no Brasil, assumiu um papel de liderança fundamental. A STN, ciente dos desafios e das necessidades de aprimoramento da contabilidade aplicada ao setor público, coordenou o processo de elaboração e implementação do MCASP. A criação do MCASP representou um esforço conjunto envolvendo diversos atores, incluindo representantes dos governos federal, estaduais e municipais, além de profissionais da área contábil e acadêmicos. A expertise técnica e a capacidade de articulação da STN foram essenciais para a construção de um manual abrangente e aplicável à realidade brasileira. O MCASP, portanto, emerge como um instrumento de orientação e padronização, compilando os procedimentos contábeis necessários para a correta aplicação das normas de contabilidade do setor público no Brasil, em consonância com os avanços observados internacionalmente. É a STN que, por meio de suas publicações e orientações, garante a disseminação e a correta aplicação das diretrizes contidas no MCASP.

 

Como classificar e registrar a receita orçamentária na prática?

Compreender a receita orçamentária é um dos pilares da contabilidade aplicada ao setor público, e o MCASP oferece as diretrizes essenciais para sua correta classificação e registro. A receita orçamentária representa os recursos que o governo tem previsão de arrecadar e que, uma vez realizados, podem ser utilizados para financiar as despesas públicas. Sua correta contabilização é fundamental para a transparência e o controle da gestão fiscal. Na prática, classificar e registrar a receita envolve identificar sua natureza, sua origem e as etapas de sua realização, garantindo que cada centavo que ingressa nos cofres públicos seja devidamente contabilizado e alocado. O MCASP detalha as contas contábeis e os procedimentos a serem seguidos em cada uma dessas etapas, proporcionando um roteiro claro para os profissionais da área.

 

Compreendendo a Classificação da Receita Orçamentária

A classificação da receita orçamentária no MCASP segue uma estrutura que permite identificar a origem dos recursos de forma detalhada. A classificação mais usual é a por categoria econômica, que divide as receitas em Receitas Correntes e Receitas de Capital. As Receitas Correntes são aquelas que não provocam impacto no patrimônio público, apenas alteram a situação financeira, como impostos, taxas, contribuições, receita patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços, transferências correntes e outras receitas correntes. Já as Receitas de Capital são aquelas que alteram a situação patrimonial, como operações de crédito, alienação de bens, amortização de empréstimos, transferências de capital e outras receitas de capital. Dentro de cada categoria econômica, a receita é subdividida por origem, espécie, desdobramento e tipo, permitindo um nível granular de detalhamento.

Por exemplo, o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) é classificado como uma Receita Corrente, na origem “Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria”, na espécie “Impostos sobre o Patrimônio e a Renda”, no desdobramento “Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana”. Conhecer essa estrutura de classificação, detalhada no MCASP e no PCASP, é o primeiro passo prático para o correto registro da receita. Outro exemplo: a receita proveniente da venda de um imóvel público é classificada como Receita de Capital, na origem “Alienação de Bens”. Esta classificação é crucial porque impacta a forma como a receita pode ser utilizada e as regras fiscais a ela associadas. O MCASP fornece os códigos de classificação e as regras para cada tipo de receita, garantindo a uniformidade em todo o país.

 

As Etapas Práticas do Registro da Receita

O registro contábil da receita orçamentária acompanha seus estágios de execução, que, do ponto de vista prático da contabilização, envolvem principalmente o Lançamento, a Arrecadação e o Recolhimento. Embora o estágio da Previsão seja importante para o planejamento orçamentário, o registro contábil da receita propriamente dita inicia com o Lançamento para algumas receitas.

O Lançamento é o ato da repartição competente que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora, inscrevendo o débito desta. Ele ocorre para receitas que dependem de apuração para serem conhecidas, como impostos prediais e territoriais urbanos, taxas de serviços urbanos, multas, entre outros. Contabilmente, o Lançamento envolve o registro do direito a receber. Por exemplo, ao gerar os carnês de IPTU, a prefeitura realiza o Lançamento, registrando o direito a receber dos contribuintes. O MCASP orienta sobre as contas contábeis a serem utilizadas para registrar esse direito, como contas de “Créditos a Receber” no ativo.

A Arrecadação é o recebimento efetivo da receita pelos agentes arrecadadores (bancos, correios, etc.) designados pelo ente público. É o momento em que o dinheiro entra, de fato, para a gestão pública, mesmo que ainda esteja sob a custódia de terceiros. Por exemplo, quando um cidadão paga o IPTU em uma agência bancária, ocorre a Arrecadação. O registro contábil na Arrecadação reflete a entrada desses recursos no caixa ou bancos, mesmo que temporariamente sob a guarda do agente arrecadador. O MCASP estabelece as contas de caixa e equivalentes de caixa a serem movimentadas nesta fase.

O Recolhimento é a transferência dos recursos arrecadados pelos agentes arrecadadores para a conta única do Tesouro do ente da federação. É a fase final onde o dinheiro arrecadado pela rede bancária, por exemplo, é efetivamente creditado na conta bancária do Tesouro do município ou estado. Por exemplo, o banco que recebeu o pagamento do IPTU realiza o Recolhimento transferindo o valor para a conta da prefeitura no Banco do Brasil. O registro contábil no Recolhimento movimenta as contas de disponibilidade do Tesouro, consolidando a entrada definitiva dos recursos para o governo. O MCASP detalha os débitos e créditos a serem efetuados nas contas de disponibilidades e de compensação, quando aplicável, para refletir essa transferência.

 

Exemplos Práticos de Classificação e Registro Detalhado

Vamos detalhar alguns exemplos práticos de como o MCASP orienta a classificação e o registro da receita. Considere a receita de ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza). Esta é uma Receita Corrente, na origem “Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria”, espécie “Impostos sobre o Patrimônio e a Renda”, desdobramento “Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza”. A contabilização do ISSQN autolançado (declarado pelo próprio contribuinte) envolve principalmente as etapas de Arrecadação e Recolhimento. No momento da Arrecadação via guia de pagamento, a entidade registra a entrada dos recursos em conta de caixa/banco de arrecadação. No Recolhimento, há a transferência para a conta do Tesouro. O MCASP indica as contas específicas no PCASP para cada um desses movimentos.

Outro exemplo: a receita proveniente de uma operação de crédito interna. Esta é uma Receita de Capital, na origem “Operações de Crédito”. A contabilização ocorre no momento da efetiva contratação e ingresso dos recursos. O registro envolve o crédito em conta de caixa/banco e o débito em uma conta de passivo, representando a obrigação de pagamento futuro da dívida contraída. O MCASP detalha as contas de passivo a serem utilizadas para registrar as operações de crédito, segregando por tipo de dívida e credor, e as contas de disponibilidade que recebem os recursos, garantindo que tanto o aumento da disponibilidade quanto o aumento da dívida sejam devidamente registrados.

Consideremos também a receita de aluguel de imóveis públicos. Esta é uma Receita Corrente, na origem “Receita Patrimonial”, espécie “Receitas Imobiliárias”, desdobramento “Alugueis”. O registro contábil ocorre no momento do recebimento (Arrecadação) e posterior transferência para o Tesouro (Recolhimento). Se houver um contrato que preveja pagamentos futuros, pode haver um Lançamento inicial do direito a receber. O MCASP orienta o uso de contas específicas para receitas patrimoniais e para os correspondentes direitos a receber, se houver. Por exemplo, se um imóvel do estado é alugado, o valor mensal do aluguel, ao ser pago pelo locatário, é arrecadado e depois recolhido para a conta do Tesouro Estadual, com os registros contábeis seguindo as diretrizes do MCASP para cada etapa.

Em resumo, a classificação e o registro da receita orçamentária no setor público, conforme detalhado no MCASP, exigem atenção à natureza do recurso, sua origem e os diferentes estágios de sua realização. A aplicação prática das orientações do MCASP garante que a informação contábil sobre a receita seja precisa, completa e transparente, essencial para a gestão fiscal responsável e para a prestação de contas à sociedade. A utilização correta do MCASP e do PCASP é indispensável para todos os profissionais que trabalham com as finanças públicas.

 

Quais os procedimentos práticos para a execução da despesa orçamentária?

A execução da despesa orçamentária no setor público é um processo rigoroso que envolve uma série de etapas bem definidas, todas elas com reflexos diretos na contabilidade pública. O MCASP detalha minuciosamente os procedimentos a serem seguidos, garantindo a legalidade, a legitimidade e a transparência na aplicação dos recursos públicos. Na prática, a execução da despesa começa com a autorização para gastar (crédito orçamentário ou adicional) e passa por estágios que culminam no pagamento ao fornecedor ou beneficiário. O correto registro contábil em cada uma dessas fases é vital para o controle interno, a fiscalização externa e a produção de informações gerenciais e financeiras confiáveis, elementos essenciais que o MCASP busca assegurar.

 

As Etapas Fundamentais da Execução da Despesa

A execução da despesa orçamentária compreende três estágios principais, conforme estabelecido pela Lei nº 4.320/64 e detalhado pelo MCASP: o Empenho, a Liquidação e o Pagamento. Cada um desses estágios possui um objetivo específico e exige registros contábeis distintos, que refletem a situação da despesa em diferentes momentos do processo. A correta aplicação dos procedimentos previstos no MCASP em cada uma destas etapas é fundamental para evitar irregularidades e garantir a conformidade com a legislação vigente.

 

O Empenho: O Primeiro Passo de Registro

O Empenho é o primeiro estágio da execução da despesa. É o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado a obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição. Em termos práticos, é a reserva de uma dotação orçamentária para atender a uma despesa específica. Nenhum gasto público pode ser realizado sem prévio Empenho. É neste momento que a administração pública formaliza o compromisso de gastar um determinado valor. O MCASP detalha os tipos de Empenho: Ordinário, utilizado para despesas de valor fixo e previamente determinado, como a compra de um equipamento; Estimativo, usado quando o valor da despesa não pode ser previamente determinado, como na contratação de serviços de energia elétrica ou água; e Global, empregado para despesas contratuais ou sujeitas a parcelamento, como alugueis ou folha de pagamento.

O registro contábil do Empenho no MCASP envolve o débito em uma conta que representa a despesa empenhada (conta de controle orçamentário) e o crédito em uma conta que representa o compromisso assumido com terceiros (conta de passivo pelo empenho). Por exemplo, ao empenhar a compra de computadores no valor de R$ 10.000 (Empenho Ordinário), o registro contábil inicial, segundo o MCASP, seria um débito na conta de controle de despesa empenhada e um crédito na conta de empenhos a liquidar, no valor de R$ 10.000. Se a despesa for com a folha de pagamento mensal estimada em R$ 50.000 (Empenho Estimativo), o empenho inicial seria por esse valor estimado, com os ajustes na liquidação. Se for um contrato de aluguel de R$ 5.000 por mês por 12 meses (Empenho Global), o empenho inicial seria de R$ 60.000, e a liquidação seria feita mensalmente pelo valor do aluguel devido. A correta identificação do tipo de Empenho e seu registro preciso são fundamentais e as diretrizes do MCASP são claras a respeito.

 

A Liquidação: O Momento do Direito Adquirido

A Liquidação é o segundo estágio da execução da despesa. Ela consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os comprovantes do fornecimento dos bens, da prestação dos serviços ou da realização da obra. É o momento em que a administração pública confirma que a despesa empenhada foi efetivamente realizada conforme o acordado e que o credor cumpriu sua parte no contrato ou acordo. A Liquidação tem por objetivo apurar a origem e o objeto do que se deve pagar; a importância exata a pagar; e quem tem o direito de receber essa importância.

O registro contábil da Liquidação no MCASP reflete o reconhecimento do passivo exigível. A conta de empenhos a liquidar, creditada no momento do Empenho, é debitada, e uma conta de fornecedores ou credores (passivo exigível) é creditada pelo valor exato da despesa liquidada. Por exemplo, após receber os computadores empenhados no valor de R$ 10.000 e verificar que estão em conformidade com a nota fiscal e o pedido, ocorre a Liquidação. O registro contábil, conforme o MCASP, seria um débito na conta de empenhos a liquidar (reduzindo o saldo dos empenhos pendentes) e um crédito na conta de fornecedores (reconhecendo a obrigação de pagar os R$ 10.000 ao fornecedor). Se a folha de pagamento estimada foi de R$ 50.000, mas após o cálculo final o valor devido aos servidores é de R$ 48.000, a liquidação será pelo valor de R$ 48.000, ajustando o empenho estimado e registrando o passivo pelo valor correto. O MCASP orienta sobre como realizar esses ajustes e o registro preciso do passivo na liquidação.

 

O Pagamento: A Efetiva Entrega do Recurso

O Pagamento é o terceiro e último estágio da execução da despesa. Consiste na entrega de numerário ao credor, mediante a ordem bancária ou outra forma de quitação. É o momento em que o recurso financeiro sai dos cofres públicos para o beneficiário da despesa. O Pagamento só pode ocorrer após a despesa estar devidamente liquidada, ou seja, após a comprovação do direito do credor.

O registro contábil do Pagamento no MCASP envolve a baixa do passivo reconhecido na Liquidação e a saída do recurso financeiro. A conta de fornecedores ou credores, creditada na Liquidação, é debitada, e uma conta de disponibilidade (caixa ou bancos) é creditada pelo valor pago. Por exemplo, ao efetuar o pagamento dos R$ 10.000 referentes à compra dos computadores, o registro contábil, segundo o MCASP, seria um débito na conta de fornecedores (baixando a obrigação de pagamento) e um crédito na conta de disponibilidade (refletindo a saída do dinheiro do caixa ou banco). O MCASP especifica as contas de disponibilidade a serem utilizadas, dependendo do tipo de recurso e da conta bancária movimentada, garantindo a rastreabilidade do recurso.

 

Exemplos Práticos na Execução da Despesa

Para ilustrar a aplicação prática das diretrizes do MCASP, consideremos a contratação de um serviço de consultoria por R$ 20.000. O primeiro passo é o Empenho (provavelmente Ordinário), reservando os R$ 20.000 da dotação específica. O registro contábil inicial no MCASP seria um débito em controle orçamentário e um crédito em empenhos a liquidar. Após a prestação do serviço e a apresentação da nota fiscal, ocorre a Liquidação. Verifica-se se o serviço foi prestado conforme o contrato e o valor devido é de R$ 20.000. O registro contábil seria um débito em empenhos a liquidar e um crédito em fornecedores/serviços a pagar, reconhecendo a obrigação. Finalmente, ao realizar o Pagamento via transferência bancária, o registro contábil seria um débito em fornecedores/serviços a pagar e um crédito na conta bancária do ente público, finalizando o ciclo da despesa.

Outro exemplo: o pagamento de diárias para um servidor que viajou a serviço. O Empenho é Estimativo, pois o número exato de diárias e o valor total podem variar. Após o retorno da viagem e a apresentação dos comprovantes e relatório, ocorre a Liquidação, calculando-se o valor exato das diárias devidas. O Pagamento é então processado pelo valor liquidado. O MCASP fornece as contas específicas para registrar o empenho estimativo, a liquidação pelo valor efetivo e o pagamento ao servidor.

 

De que forma aplicar os procedimentos contábeis patrimoniais no dia a dia?

Enquanto a contabilidade orçamentária se concentra na autorização e execução do orçamento, a contabilidade aplicada ao setor público, regida pelo MCASP, vai além, abrangendo também a contabilidade patrimonial. Esta lida com a aplicação prática do registro, mensuração e evidenciação dos ativos, passivos e patrimônio líquido dos entes públicos, refletindo a real situação financeira e patrimonial da entidade em um dado momento. A correta aplicação dos procedimentos contábeis patrimoniais é fundamental para a elaboração de demonstrações contábeis fidedignas que auxiliem na tomada de decisão e na transparência da gestão. O MCASP detalha os princípios e as normas que regem o reconhecimento, a mensuração e a evidenciação dos elementos patrimoniais, orientando os profissionais no seu dia a dia.

 

Entendendo o Patrimônio Público pelo MCASP

O patrimônio público, conforme definido no MCASP, é o conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangíveis, onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor público, que 1 seja fonte de benefícios futuros ou potencial de serviços na capacidade de gerar serviços públicos. Ele é composto pelos ativos, que representam os bens e direitos, pelos passivos, que são as obrigações, e pelo patrimônio líquido, que é a diferença entre ativos e passivos. A grande diferença da contabilidade pública em relação à privada reside na natureza e no objetivo dos ativos; no setor público, muitos ativos existem para gerar serviços à sociedade, e não necessariamente lucro financeiro. O MCASP adapta os conceitos contábeis gerais a essa realidade, estabelecendo regras específicas para o setor público.

 

Contabilizando Ativos na Prática

A contabilização dos ativos é uma parte significativa dos procedimentos contábeis patrimoniais. O MCASP classifica os ativos em diversas categorias, como Ativo Circulante e Ativo Não Circulante, e dentro destes, em grupos como Caixa e Equivalentes de Caixa, Créditos a Curto Prazo, Estoques, Investimentos, Imobilizado, Intangível, entre outros. A aplicação prática começa no momento da aquisição, produção ou recebimento do ativo. Por exemplo, ao adquirir um veículo para uso administrativo, a entidade deve registrá-lo no Ativo Não Circulante, no grupo Imobilizado, pelo seu custo de aquisição, que inclui o preço de compra e todos os custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo no local e em condição de operação, conforme detalhado no MCASP. O registro contábil inicial seria um débito na conta específica de Veículos (Imobilizado) e um crédito na conta de fornecedores ou caixa/banco, dependendo da forma de pagamento.

O MCASP também orienta sobre a mensuração subsequente dos ativos, incluindo a depreciação, a amortização e a exaustão para ativos que perdem valor ao longo do tempo de uso. Por exemplo, aquele veículo adquirido para uso administrativo sofrerá depreciação ao longo de sua vida útil. O MCASP fornece as taxas de depreciação e os métodos de cálculo a serem utilizados. Mensalmente ou periodicamente, um registro contábil é feito debitando uma conta de despesa com depreciação e creditando uma conta retificadora do ativo, a depreciação acumulada, reduzindo o valor contábil do veículo no balanço patrimonial. Outro exemplo prático é um software adquirido (ativo intangível) que é amortizado ao longo do tempo, ou um poço de petróleo (ativo sujeito à exaustão). O MCASP especifica como calcular e registrar a amortização e a exaustão, garantindo que o valor dos ativos no balanço patrimonial reflita sua real capacidade de gerar benefícios futuros.

 

Contabilizando Passivos e Patrimônio Líquido

A contabilização dos passivos e do patrimônio líquido é igualmente crucial nos procedimentos contábeis patrimoniais. Os passivos representam as obrigações presentes da entidade, decorrentes de eventos passados, cujos pagamentos se espera que resultem em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos ou potencial de serviços. O MCASP classifica os passivos em Circulante e Não Circulante, subdividindo-os em grupos como Fornecedores, Obrigações Trabalhistas, Empréstimos e Financiamentos, Provisões, entre outros. A aplicação prática ocorre no momento em que a obrigação surge. Por exemplo, ao receber a nota fiscal referente à compra dos computadores (módulo anterior), surge uma obrigação de pagamento. Conforme o MCASP, essa obrigação deve ser registrada no Passivo Circulante (se o pagamento for em até 12 meses) ou Não Circulante (se for após 12 meses), na conta de Fornecedores. O registro contábil seria um débito na conta do ativo (os computadores) ou empenhos a liquidar (se já empenhado e liquidado) e um crédito na conta de Fornecedores.

O patrimônio líquido, por sua vez, representa o valor residual dos ativos da entidade após a dedução de todos os seus passivos. No setor público, o patrimônio líquido é influenciado por fatores como o superávit ou déficit do exercício, as reservas e os ajustes de exercícios anteriores. O MCASP detalha as contas que compõem o patrimônio líquido e como as variações patrimoniais o afetam.

 

Registrando as Variações Patrimoniais

As variações patrimoniais são as mudanças no patrimônio líquido que não decorrem de transações com os proprietários (no caso do setor público, seriam equivalentes a entradas de capital ou retiradas, o que não se aplica diretamente). Elas são classificadas como Variações Patrimoniais Aumentativas (que aumentam o patrimônio líquido, como receitas patrimoniais, transferências recebidas, etc.) e Variações Patrimoniais Diminutivas (que diminuem o patrimônio líquido, como despesas com pessoal, aquisição de bens, transferências concedidas, depreciação, etc.). O MCASP orienta o registro dessas variações em contas de resultado, que depois são apuradas para determinar o resultado do exercício (superávit ou déficit), impactando o patrimônio líquido.

Por exemplo, a receita de aluguel de um imóvel público é uma Variação Patrimonial Aumentativa, registrada no momento do recebimento ou do direito a receber. O registro contábil no MCASP envolve um débito em caixa/banco ou contas a receber e um crédito em uma conta de Variação Patrimonial Aumentativa – Receita Patrimonial. A despesa com salários dos servidores é uma Variação Patrimonial Diminutiva, registrada no momento em que o serviço é prestado pelo servidor (competência). O registro contábil seria um débito em uma conta de Variação Patrimonial Diminutiva – Despesa com Pessoal e um crédito em salários a pagar ou caixa/banco. O MCASP fornece a codificação e as regras para o registro de todas essas variações.

 

Exemplos Cotidianos da Contabilidade Patrimonial

No dia a dia de um profissional que utiliza o MCASP, os procedimentos contábeis patrimoniais se manifestam em diversas situações. Ao registrar a compra de um novo computador, aplica-se o reconhecimento inicial do ativo e a definição de sua vida útil para fins de depreciação futura. Ao contabilizar o recebimento de um empréstimo, reconhece-se o passivo correspondente. Ao calcular a depreciação mensal dos veículos da frota, utiliza-se a metodologia e as taxas indicadas pelo MCASP. Ao registrar o pagamento de um fornecedor, dá-se baixa no passivo anteriormente reconhecido. A alienação de um bem inservível, como a venda de um veículo antigo em leilão, exige o registro da baixa do ativo e o reconhecimento de eventual ganho ou perda patrimonial. Cada uma dessas operações cotidianas exige a aplicação das normas e procedimentos detalhados no MCASP, utilizando as contas corretas do PCASP para garantir a fidedignidade da informação contábil.

 

Como realizar a contabilização de operações específicas, como operações de crédito e RPPS?

Além dos procedimentos contábeis orçamentários e patrimoniais gerais, a contabilidade aplicada ao setor público frequentemente lida com operações que possuem características específicas e exigem um tratamento contábil particular. O MCASP, em sua Parte III, dedica-se a detalhar esses procedimentos contábeis específicos, fornecendo as orientações necessárias para que os profissionais registrem corretamente transações como operações de crédito e aquelas relacionadas aos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS). A correta contabilização dessas operações é crucial devido ao seu impacto financeiro e patrimonial de longo prazo e à necessidade de transparência e conformidade com a legislação e as normas prudenciais.

 

Contabilizando Operações de Crédito Conforme o MCASP

As operações de crédito representam compromissos financeiros assumidos pelo ente público, geralmente com o objetivo de obter recursos para financiar investimentos ou cobrir déficits orçamentários. No MCASP, a contabilização das operações de crédito acompanha as diferentes fases dessas transações: a contratação, o recebimento dos recursos e o serviço da dívida (pagamento de juros e amortização do principal).

Na fase de contratação de uma operação de crédito, embora não haja ainda ingresso de recursos financeiros, o MCASP orienta o registro do compromisso assumido. Este registro pode ocorrer em contas de controle para fins orçamentários (se a operação for orçamentária) e também em contas patrimoniais, refletindo a expectativa do aumento do passivo e do ativo. Por exemplo, ao assinar um contrato de financiamento com um banco no valor de R$ 1.000.000, o ente pode registrar um controle orçamentário de receita de operação de crédito e um controle patrimonial do passivo contratado, conforme as contas indicadas no PCASP pelo MCASP.

O recebimento efetivo dos recursos da operação de crédito é o momento em que há um impacto direto nas disponibilidades financeiras do ente e no seu passivo. O MCASP determina que, neste estágio, seja realizado o registro do ingresso do recurso no ativo e o reconhecimento do passivo correspondente. Por exemplo, ao receber os R$ 1.000.000 do financiamento contratado, o registro contábil, segundo o MCASP, seria um débito na conta de caixa ou bancos (ativo circulante ou não circulante, dependendo da destinação) e um crédito na conta de empréstimos e financiamentos (passivo circulante ou não circulante, dependendo do prazo de vencimento). O MCASP classifica esses passivos por tipo de credor (interno, externo) e garante que a natureza da dívida seja claramente identificada.

O serviço da dívida, que compreende o pagamento periódico de juros e a amortização do principal, também possui procedimentos específicos de contabilização no MCASP. O pagamento de juros é geralmente classificado como uma despesa orçamentária e uma variação patrimonial diminutiva. A amortização do principal, por sua vez, representa a redução do saldo devedor do empréstimo, impactando o passivo e a disponibilidade financeira, mas sem ser considerada uma despesa orçamentária no mesmo sentido dos juros. Por exemplo, ao pagar uma parcela que inclui R$ 50.000 de juros e R$ 100.000 de amortização, o registro contábil, conforme o MCASP, envolveria um débito na conta de Despesa com Juros (variação patrimonial diminutiva e despesa orçamentária, se empenhada e liquidada) e um débito na conta de empréstimos e financiamentos (reduzindo o passivo), com um crédito total na conta de caixa ou bancos pela saída do recurso (R$ 150.000). O MCASP detalha as contas a serem utilizadas para cada um desses componentes, garantindo o registro correto do custo da dívida e a sua redução.

 

Aspectos Práticos da Contabilidade dos RPPS

Os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) são fundos ou sistemas previdenciários específicos de entes da federação para seus servidores titulares de cargos efetivos. A contabilização dos RPPS, conforme o MCASP, exige atenção especial devido à sua natureza atuarial e ao seu papel na garantia dos benefícios previdenciários futuros. As principais transações a serem contabilizadas envolvem as contribuições, o pagamento de benefícios e os investimentos dos recursos do fundo.

As contribuições para o RPPS provêm dos servidores ativos e inativos, dos pensionistas e do próprio ente patrocinador. Essas contribuições são receitas para o RPPS e despesas para o ente patrocinador (no caso das contribuições patronais). O MCASP orienta o registro dessas contribuições previdenciárias como receitas e variações patrimoniais aumentativas para o RPPS, e como despesas (variações patrimoniais diminutivas e despesas orçamentárias) e passivos (se houver valores a recolher) para o ente patrocinador. Por exemplo, ao descontar a contribuição previdenciária do salário de um servidor, a folha de pagamento do ente registra a despesa bruta com pessoal e um crédito em uma conta de passivo de obrigações previdenciárias a recolher para o RPPS. No RPPS, o recebimento desse valor é registrado como débito em caixa/bancos e crédito em uma conta de receita de contribuições previdenciárias.

O pagamento de benefícios previdenciários (aposentadorias e pensões) pelo RPPS representa uma despesa para o fundo e uma saída de recursos. O MCASP orienta o registro desses pagamentos como despesas (variações patrimoniais diminutivas) no RPPS, debitando a conta de benefícios previdenciários pagos e creditando a conta de caixa/bancos pela saída do recurso.

Os recursos acumulados nos RPPS são geralmente investidos para garantir a solvência futura do regime. A contabilização desses investimentos segue as normas de avaliação e registro de ativos financeiros, conforme detalhado no MCASP e em normas específicas. A compra de títulos públicos ou ações, por exemplo, é registrada como um ativo para o RPPS, e os rendimentos desses investimentos (juros, dividendos) são contabilizados como receitas e variações patrimoniais aumentativas. O MCASP também aborda a necessidade de reconhecimento do passivo atuarial, que representa a estimativa dos compromissos futuros do RPPS com o pagamento de benefícios, um componente fundamental para a avaliação da saúde financeira do regime. Embora o registro detalhado do passivo atuarial seja complexo e envolva avaliações especializadas, o MCASP estabelece a necessidade de sua evidenciação e, quando aplicável, seu registro contábil.

 

Exemplos Detalhados de Contabilização Específica

Para ilustrar a aplicação prática do MCASP em operações específicas, consideremos um município que contrata um empréstimo de R$ 5.000.000 para construir uma escola. Na contratação, registra-se o compromisso em controle. Ao receber os recursos, debita-se a conta de Bancos (Ativo Não Circulante – Disponibilidades Vinculadas a Operações de Crédito) e credita-se a conta de Empréstimos e Financiamentos a Pagar (Passivo Não Circulante). Mensalmente, ao pagar a parcela de R$ 100.000, sendo R$ 30.000 de juros e R$ 70.000 de amortização, debita-se Despesa com Juros e Encargos da Dívida (no resultado e como despesa orçamentária, se aplicável), debita-se Empréstimos e Financiamentos a Pagar (reduzindo o passivo) e credita-se Bancos pelo total pago.

No caso de um RPPS, suponha que as contribuições mensais dos servidores e do ente patrocinador totalizem R$ 200.000. No ente patrocinador, registra-se a despesa com pessoal (salários brutos) e um passivo de contribuições a recolher para o RPPS. No RPPS, debita-se a conta de Disponibilidades e credita-se a conta de Receita de Contribuições Previdenciárias no valor de R$ 200.000. Se o RPPS pagar R$ 150.000 em benefícios naquele mês, debita-se Despesa com Benefícios Previdenciários e credita-se Disponibilidades pelo valor pago. Se o RPPS investir R$ 50.000 em um fundo de investimento, debita-se a conta de Aplicações Financeiras (Ativo) e credita-se Disponibilidades. O MCASP fornece as contas e procedimentos específicos para cada uma dessas transações.

A complexidade das operações de crédito e dos RPPS exige um conhecimento aprofundado dos procedimentos contábeis específicos detalhados no MCASP. A correta contabilização dessas transações é vital para a saúde financeira dos entes públicos e para a garantia dos direitos dos servidores, reforçando a importância do MCASP como guia indispensável para a contabilidade aplicada ao setor público.

 

Qual a estrutura e aplicação prática do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP)?

O Plano de Contas Aplicado ao Setor Público, conhecido como PCASP, é uma ferramenta indispensável na contabilidade aplicada ao setor público. Ele funciona como a espinha dorsal do sistema contábil, estabelecendo um elenco padronizado de contas a ser utilizado por todos os entes da federação (União, estados, Distrito Federal e municípios) e seus respectivos órgãos e entidades. O MCASP dedica uma parte significativa à apresentação e explicação do PCASP, pois a correta utilização do plano de contas é fundamental para a uniformidade, a comparabilidade e a consolidação das informações contábeis em nível nacional. Na prática, o PCASP é o vocabulário que o profissional de contabilidade pública utiliza para registrar cada transação financeira e patrimonial, garantindo que a informação gerada seja compreendida por todos que se utilizam dela.

 

A Importância do PCASP na Contabilidade Pública

A existência de um plano de contas único e obrigatório para o setor público brasileiro, o PCASP, é um avanço significativo para a contabilidade pública. Antes da sua implementação e disseminação, cada ente ou mesmo cada órgão possuía seu próprio plano de contas, o que tornava a consolidação e a análise agregada das contas públicas uma tarefa extremamente complexa e sujeita a erros. O PCASP superou esse desafio ao fornecer uma estrutura comum, permitindo que as transações de diferentes entidades sejam registradas utilizando a mesma lógica e as mesmas contas. Isso facilita a elaboração de demonstrações contábeis consolidadas, a fiscalização por parte dos órgãos de controle e a análise da situação fiscal do país como um todo. O PCASP é, portanto, um pilar para a transparência e a responsabilidade fiscal, elementos essenciais que o MCASP busca promover.

 

A Estrutura do PCASP

A estrutura do PCASP é organizada de forma hierárquica, iniciando em níveis mais genéricos e se desdobrando em níveis mais específicos. Essa estrutura é composta por classes, grupos, contas e desdobramentos. Atualmente, o PCASP é dividido em oito classes: 1 – Ativo 2 – Passivo e Patrimônio Líquido 3 – Variações Patrimoniais Diminutivas 4 – Variações Patrimoniais Aumentativas 5 – Controles da Aprovação do Planejamento e Orçamento 6 – Controles da Execução do Planejamento e Orçamento 7 – Controles de Devedores e Credores 8 – Controles Diversos.

Dentro de cada classe, existem grupos, que reúnem contas com características semelhantes. Por exemplo, na Classe 1 (Ativo), temos grupos como Ativo Circulante e Ativo Não Circulante. Dentro desses grupos, estão as contas, que representam os elementos patrimoniais e de resultado em um nível mais detalhado, como Caixa e Equivalentes de Caixa, Créditos a Curto Prazo, Fornecedores, Salários a Pagar, Impostos, Taxas e Contribuições, etc. Finalmente, as contas podem ter desdobramentos, que são subdivisões ainda mais específicas, permitindo um nível granular de detalhe necessário para a gestão e a prestação de contas. O MCASP apresenta o elenco completo do PCASP com sua codificação e a função de cada conta, explicando o que deve ser registrado em cada uma delas. A codificação das contas é numérica e segue essa estrutura hierárquica, onde cada dígito adiciona um nível de detalhe.

 

A Aplicação Prática das Contas no Dia a Dia

A aplicação prática do PCASP ocorre em cada registro contábil realizado pelo profissional. Ao contabilizar uma transação, o primeiro passo é identificar a natureza da operação para saber em qual classe, grupo e conta ela se enquadra. Por exemplo, ao receber um valor de IPTU, o profissional sabe, pela orientação do MCASP e pela estrutura do PCASP, que se trata de uma Receita Orçamentária e uma Variação Patrimonial Aumentativa. Ele então buscará a conta específica no PCASP para Receitas de Impostos sobre o Patrimônio, provavelmente em uma classe de variações patrimoniais aumentativas e em uma conta que represente o IPTU. O registro envolverá um débito na conta de caixa/bancos (Classe 1 – Ativo Circulante) e um crédito na conta de receita de IPTU (Classe 4 – Variações Patrimoniais Aumentativas).

Ao pagar o salário de um servidor, o profissional identifica que é uma Despesa Orçamentária (empenhada e liquidada) e uma Variação Patrimonial Diminutiva, além de impactar o passivo (se houver salários a pagar). Ele buscará a conta específica no PCASP para Despesas com Pessoal e Encargos Sociais, provavelmente em uma classe de variações patrimoniais diminutivas e em uma conta que represente o tipo de remuneração paga. O registro envolverá um débito na conta de despesa com pessoal (Classe 3 – Variações Patrimoniais Diminutivas) e um crédito na conta de caixa/bancos (Classe 1 – Ativo Circulante). O MCASP orienta sobre os registros múltiplos que ocorrem em uma transação, envolvendo contas orçamentárias e patrimoniais simultaneamente.

 

O PCASP e a Uniformidade da Informação Contábil

A padronização das contas pelo PCASP, conforme detalhado no MCASP, garante que uma mesma transação seja registrada da mesma forma em diferentes entidades. Por exemplo, a compra de um veículo será sempre registrada como débito em uma conta específica de Veículos no grupo Imobilizado (Classe 1 do Ativo) e crédito em Fornecedores ou caixa/banco, independentemente se a compra foi feita pela prefeitura de uma capital ou por um pequeno município. Essa uniformidade é fundamental para a agregação dos dados e para a análise comparativa entre as gestões. O PCASP é atualizado anualmente, e essas atualizações são incorporadas ao MCASP, refletindo mudanças nas normas, na legislação e nas necessidades de informação. É essencial que os profissionais estejam sempre com a versão mais atualizada do MCASP e do PCASP para garantir a correta aplicação das normas.

 

Exemplos de Utilização do PCASP para Registro de Transações

Vamos aprofundar em exemplos práticos da utilização do PCASP. Suponha que um estado receba R$ 500.000 de transferência corrente da União para a área da saúde. Conforme o MCASP, essa é uma Receita Orçamentária (Transferências Correntes) e uma Variação Patrimonial Aumentativa. No PCASP, a conta a ser creditada seria algo como 4.1.XX.XX.XX – Transferências Intergovernamentais Correntes – da União. O débito seria na conta de disponibilidade 1.1.XX.XX.XX – Caixa e Equivalentes de Caixa, ou conta bancária específica.

Outro exemplo: uma universidade federal realiza o Empenho de R$ 50.000 para a compra de materiais de laboratório. Este é o primeiro estágio da despesa orçamentária. No PCASP, o registro envolve contas de controle orçamentário. Débito em uma conta da Classe 6 (Controles da Execução do Planejamento e Orçamento) que represente a despesa empenhada com material de consumo e crédito em uma conta da mesma classe que represente o empenho a liquidar. Quando os materiais são recebidos e a nota fiscal é liquidada, ocorre a Liquidação. Débito na conta de empenhos a liquidar (Classe 6) e crédito em uma conta de passivo exigível (Classe 2 – Passivo Circulante) como Fornecedores Nacionais, por exemplo.

A compra de um terreno pelo município por R$ 300.000 é um registro patrimonial. No PCASP, debita-se a conta 1.2.X.X.XX – Terrenos (Classe 1 – Ativo Não Circulante – Imobilizado) e credita-se a conta de Fornecedores (Classe 2 – Passivo Circulante ou Não Circulante) ou Caixa/Bancos (Classe 1 – Ativo Circulante), dependendo da forma de pagamento.

Dominar a estrutura do PCASP e saber identificar as contas corretas para cada tipo de transação é uma habilidade fundamental para o profissional que atua com o MCASP.

 

Como elaborar e analisar as Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público (DCASP)?

As Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público, ou DCASP, são o produto final do processo contábil. Elas consolidam as informações registradas ao longo do exercício financeiro, utilizando os procedimentos detalhados no MCASP e a estrutura de contas do PCASP, para apresentar uma visão clara e estruturada da situação financeira, patrimonial e orçamentária do ente público. A elaboração e a análise correta das DCASP são fundamentais para a transparência, a prestação de contas, o controle social e a tomada de decisões pelos gestores e pela sociedade. O MCASP, em sua Parte V, guia o profissional passo a passo na preparação e interpretação dessas demonstrações, assegurando que elas cumpram seu papel informativo.

 

A Função das Demonstrações Contábeis no Setor Público

No setor público, as DCASP não visam lucro, como na iniciativa privada, mas sim demonstrar como os recursos públicos foram obtidos e aplicados, qual a situação patrimonial do ente e qual o seu desempenho financeiro e orçamentário. Elas servem como um retrato fiel da gestão pública em um determinado período. As principais DCASP, conforme o MCASP, incluem o Balanço Patrimonial, o Balanço Orçamentário, o Balanço Financeiro, a Demonstração das Variações Patrimoniais, a Demonstração dos Fluxos de Caixa e a Demonstração 1 do Resultado Abrangente. Cada uma dessas demonstrações apresenta uma perspectiva diferente da realidade do ente, e sua análise conjunta permite uma compreensão completa da gestão fiscal e patrimonial. O MCASP não apenas define a estrutura de cada demonstração, mas também explica o conteúdo de cada linha e como as informações contábeis e orçamentárias registradas ao longo do exercício alimentam esses relatórios.

 

Elaborando as Principais Demonstrações Conforme o MCASP

A elaboração das DCASP é um processo que consolida os saldos das contas do PCASP em formatos padronizados pelo MCASP. O Balanço Patrimonial, por exemplo, evidencia os ativos, passivos e o patrimônio líquido em uma data específica. A sua elaboração prática consiste em transpor os saldos finais das contas patrimoniais do PCASP para a estrutura do balanço, agrupando-as conforme as classes e grupos definidos. Por exemplo, o saldo final da conta “Caixa e Equivalentes de Caixa” do PCASP aparecerá na linha correspondente do Ativo Circulante no Balanço Patrimonial. O MCASP fornece o modelo do Balanço Patrimonial e as instruções sobre quais contas do PCASP compõem cada linha, garantindo a uniformidade na sua apresentação. No exemplo do Balanço Patrimonial simplificado mostrado no arquivo do MCASP, observamos a consolidação de saldos de contas como “Caixa e Equivalentes de Caixa” e “Clientes – Intra OFSS” no Ativo Circulante, e “Fornecedores” no Passivo Circulante, demonstrando como saldos de contas específicas do PCASP são agregados na DCASP.

O Balanço Orçamentário, por sua vez, compara a receita prevista com a arrecadada e a despesa fixada com a empenhada, liquidada e paga. Sua elaboração utiliza as informações registradas nas contas de controle orçamentário (classes 5 e 6 do PCASP), que acompanham a execução da receita e da despesa orçamentária. O MCASP detalha como apurar as receitas realizadas (arrecadadas) e as despesas executadas (empenhadas, liquidadas e pagas) a partir desses registros e como apresentá-las na estrutura do Balanço Orçamentário, evidenciando o resultado da execução orçamentária.

A Demonstração das Variações Patrimoniais evidencia as mudanças no patrimônio líquido que não decorrem de transações com os proprietários, apresentando as variações patrimoniais aumentativas e diminutivas que resultaram no superávit ou déficit patrimonial do exercício. A sua elaboração envolve a totalização dos saldos das contas das classes 3 e 4 do PCASP (Variações Patrimoniais Diminutivas e Aumentativas), conforme o modelo fornecido pelo MCASP.

A Demonstração dos Fluxos de Caixa apresenta as entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa durante o período, classificadas em atividades operacionais, de investimento e de financiamento. Sua elaboração pode ser feita pelo método direto ou indireto, conforme detalhado no MCASP, utilizando as informações das contas de disponibilidade e as variações em outras contas patrimoniais. A Demonstração do Resultado Abrangente complementa a Demonstração das Variações Patrimoniais, apresentando outras variações patrimoniais que não transitaram pelo resultado do período, como ajustes de avaliação patrimonial.

 

Analisando as Informações para a Tomada de Decisão

A análise das DCASP vai muito além da simples leitura dos números. Ela envolve a interpretação dos dados apresentados para avaliar o desempenho financeiro, patrimonial e orçamentário do ente público, identificar tendências, comparar resultados com exercícios anteriores e com outras entidades, e subsidiar a tomada de decisões estratégicas. Por exemplo, a análise do Balanço Patrimonial permite verificar a composição dos ativos (quanto a entidade possui em caixa, créditos a receber, bens permanentes) e dos passivos (quais são suas dívidas de curto e longo prazo). Um aumento significativo no passivo de curto prazo, sem um aumento proporcional nos ativos circulantes, pode indicar problemas de liquidez futura.

A análise do Balanço Orçamentário permite avaliar a capacidade de arrecadação de receitas e a eficiência na execução da despesa. Um déficit orçamentário recorrente, por exemplo, indica que a despesa tem sido maior que a receita prevista e arrecadada, exigindo medidas de ajuste fiscal. A análise da Demonstração das Variações Patrimoniais revela as fontes de aumento e diminuição do patrimônio líquido, ajudando a entender o que tem impactado a riqueza do ente. Uma variação patrimonial diminutiva significativa decorrente de despesas correntes, sem um aumento proporcional nas receitas ou em ativos que gerem potencial de serviços, pode ser um sinal de alerta.

 

O Papel do MCASP na Qualidade das DCASP

A qualidade e a fidedignidade das DCASP dependem diretamente da correta aplicação prática dos procedimentos e da utilização adequada do PCASP ao longo de todo o processo contábil, conforme orientado pelo MCASP. O MCASP estabelece as regras para o reconhecimento, a mensuração, a classificação e o registro de todas as transações, garantindo que a informação que chega às demonstrações seja precisa e completa. A conformidade com o MCASP assegura que as DCASP reflitam a real situação do ente público, sejam comparáveis com as de outras entidades e atendam às exigências legais e normativas.

 

Exemplos Práticos de Elaboração e Análise das Demonstrações

Utilizando o exemplo do Balanço Patrimonial simplificado no arquivo do MCASP, podemos fazer uma breve análise. Observamos o total do Ativo Circulante e do Ativo Não Circulante, bem como do Passivo Circulante, Passivo Não Circulante e Patrimônio Líquido. A análise inicial pode envolver a comparação do Ativo Circulante com o Passivo Circulante para avaliar a liquidez de curto prazo. Se o Ativo Circulante for significativamente maior que o Passivo Circulante, indica que o ente tem recursos de curto prazo suficientes para cobrir suas obrigações de curto prazo. Podemos também analisar a composição do Ativo Não Circulante para entender em que tipos de bens permanentes a entidade tem investido. A evolução do Patrimônio Líquido ao longo dos exercícios, evidenciada também na Demonstração das Variações Patrimoniais, indica se a “riqueza” do ente tem aumentado ou diminuído.

Na análise do Balanço Orçamentário, podemos observar a diferença entre a receita arrecadada e a despesa empenhada para verificar o resultado da execução orçamentária. Se a receita arrecadada for menor que a despesa empenhada, isso indica uma necessidade de ajuste ou remanejamento. A análise comparativa das despesas empenhadas com as liquidadas e pagas revela a eficiência nos estágios finais da execução da despesa.

Perceba que a elaboração e a análise das DCASP, guiadas pelo MCASP, são processos contínuos que exigem conhecimento técnico e capacidade crítica. O MCASP fornece a base normativa e metodológica, mas a habilidade de interpretar os dados e transformá-los em informações relevantes para a gestão e o controle social é o que diferencia o profissional na prática. A transparência proporcionada pelas DCASP elaboradas conforme o MCASP é um pilar fundamental da boa governança pública.

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