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A automação de processos tem suas raízes na Revolução Industrial, que começou no final do século XVIII e se estendeu ao longo do século XIX.

Durante esse período, o desenvolvimento de novas tecnologias, como a máquina a vapor, permitiu a mecanização de diversas tarefas industriais, aumentando a produção e eficiência nas fábricas. Essa mecanização é considerada uma forma inicial de automação, onde máquinas começaram a realizar tarefas que antes eram executadas manualmente.

No século XX, com a evolução da eletrônica e da informática, a automação de processos deu um grande salto. O desenvolvimento de controladores lógicos programáveis (CLPs) na década de 1960 permitiu que processos industriais fossem automatizados de maneira mais flexível e eficiente. Esses dispositivos podiam ser programados para controlar máquinas e sistemas de forma precisa, sem a necessidade de intervenção humana constante.

Com o avanço da tecnologia digital, a automação de processos se expandiu além da manufatura para áreas como administração, logística e serviços. Softwares e sistemas de automação começaram a ser desenvolvidos para automatizar tarefas repetitivas e rotineiras em escritórios, como processamento de dados, gestão de documentos e atendimento ao cliente. Hoje, a automação de processos abrange desde a automação industrial até a automação de processos de negócios (BPA), utilizando tecnologias como robótica, inteligência artificial e aprendizado de máquina para otimizar e melhorar a eficiência em diversas áreas.

Assim, a automação de processos evoluiu de simples mecanismos para sistemas complexos e inteligentes, impulsionada pelo desejo de aumentar a produtividade, reduzir custos e melhorar a qualidade dos produtos e serviços.

 

O que é Automação de Processos?

Para facilitar o entendimento, vamos pensar na automação de processos em nossas rotinas diárias.

Usamos a tecnologia a nosso favor de várias maneiras, o que economiza tempo e esforço. Por exemplo, usamos aplicativos para entregar comida ou temos casas inteligentes onde você pode controlar o ar condicionado, tudo pelo celular ou outro dispositivo inteligente.

Logo, automação de processos significa tornar os processos manuais automáticos por meio da tecnologia usando a integração de dados e sistemas.

A automação de processos funciona de maneira semelhante quando aplicada a um negócio. Mas, por que?

A automação de processos visa unir as pessoas da organização em torno de objetivos comuns, criando um ambiente agradável, cooperativo e produtivo, no qual essa organização de processos assegura os resultados da organização empresarial. Elas precisam entender quais os procedimentos de trabalho, por que eles existem, quem deve executá-los, onde e quando devem ser executados, e como devem ser executados.

 

Quais as Principais Ferramentas de Automação?

Existem diversas ferramentas disponíveis para a automação de processos, cada uma com sua função específica. Separamos as principais:

1. Scripts. Consistem em sequências de instruções previamente elaboradas que podem ser executadas para automatizar tarefas, seguindo uma rotina de atividades semelhante a um roteiro. Por exemplo, imagine um departamento de TI que precisa fazer backup de todos os arquivos de um servidor todas as noites. Um script pode ser criado para copiar esses arquivos para um local seguro automaticamente às 23h, sem necessidade de um funcionário executar essa tarefa manualmente. Assim, o processo de backup se torna mais eficiente e menos suscetível a erros humanos.

2. RPA (Automação Robótica de Processos). Refere-se à automação de processos utilizando softwares robóticos, permitindo a execução automatizada de tarefas repetitivas e rotineiras do início ao fim. Um exemplo comum é o processamento de faturas em um departamento financeiro. Normalmente, um funcionário teria que abrir e-mails, baixar anexos, extrair informações das faturas, inserir dados em um sistema de contabilidade e arquivar os documentos. Com RPA, um software pode realizar todas essas etapas automaticamente, economizando tempo e reduzindo erros.

3. URA (Unidade de Resposta Audível). É um sistema similar a um chatbot que responde perguntas por meio de áudio. É amplamente utilizado em call centers no setor de telecomunicações para tornar o atendimento ao cliente mais ágil e eficaz. Por exemplo, quando um cliente liga para o serviço de atendimento de uma operadora de telefonia, a URA pode direcioná-lo para diferentes opções, como verificar o saldo de dados, fazer pagamentos ou falar com um atendente, tudo por meio de comandos de voz. Isso torna o atendimento mais ágil e eficaz, liberando os atendentes humanos para lidar com questões mais complexas.

4. Chatbots. São programas que interagem com os usuários de maneira similar à conversa humana, em tempo real via chat, proporcionando um atendimento personalizado. Normalmente, essa interação acontece nas redes sociais ou no site da empresa. Um exemplo prático seria um cliente acessando o site de uma loja online e tendo dúvidas sobre o prazo de entrega de um produto. Um chatbot pode responder a essa pergunta imediatamente, sem necessidade de intervenção humana, proporcionando um atendimento rápido e personalizado. Essa tecnologia é comum em redes sociais e sites de e-commerce.

5. Hiperautomação. Envolve o uso conjunto de várias ferramentas para automatizar processos. Parte do princípio de que essas soluções isoladamente não conseguem substituir as habilidades humanas, mas sua integração pode tornar isso viável. Por exemplo, uma empresa pode utilizar RPA junto com inteligência artificial e análise de dados para automatizar todo o processo de recrutamento de novos funcionários. Isso pode incluir desde a triagem inicial dos currículos até a programação de entrevistas, oferecendo uma solução mais eficiente do que se cada ferramenta fosse usada isoladamente.

6. BPMS (Sistemas de Gerenciamento de Processos Empresariais). São sistemas projetados para automatizar e gerenciar processos dentro das empresas. Focados nas pessoas, esses sistemas permitem definir, executar, analisar, avaliar, mensurar, otimizar e monitorar os processos empresariais. Por exemplo, em uma empresa que lida com a aprovação de pedidos de compra, o BPMS pode ser configurado para automaticamente direcionar cada pedido para os departamentos relevantes, monitorar o progresso de cada aprovação e identificar gargalos no processo. Isso garante que os processos fluam de maneira mais eficiente e controlada.

As modalidades de automação também podem ser analisadas conforme a área em que são aplicadas, como vendas, marketing, contratos e finanças. Perceba como a automação de processos é um passo importante para a gestão de negócios, pois pode aumentar a competitividade, a eficiência e o valor para os clientes.

 

Por que Automatizar Processos?

O principal objetivo da automação de processos é melhorar os fluxos de trabalho de uma empresa .

Com a automação, podemos reduzir custos, tempo e desperdício, além de aumentar a produtividade, extinguir erros e controlar todos os processos do negócio em tempo real.

Você pode substituir atividades manuais por automatizadas (como máquinas na área industrial) ou reutilizar o software e os sistemas para dar suporte a várias outras tarefas.

Na indústria, por exemplo, hoje temos máquinas que tem a força de trabalho de 200 funcionários. Já em uma empresa, para entender mais claramente, imagine um processo de solicitação de compra. Manualmente, a equipe de compras deve negociar com os fornecedores por telefone ou e-mail, aguardar as respostas, encaminhá-los para aprovação do orçamento, localizar o centro de custo e assim por diante.

Agora, pense em como todos esses processos podem ser centralizados em um único sistema automatizado.

Perceba que, com formulários e etapas pré-desenhadas, todo um fluxo de compra pode ser padronizado e feito online, incluindo a aprovação do orçamento, em que você só precisa de um responsável do setor para conferir os valores; as cotações, com mensagens automáticas enviadas aos fornecedores; a avaliação técnica, utilizando regras de negócio previamente definidas; o pagamento automático e; o fechamento da compra.

Existem diversas razões para implementar a automação de processos em uma empresa – todas convergindo para um mesmo objetivo: maximizar os resultados da organização. Abaixo estão alguns dos principais motivos:

1. Redução de custos. Automatizar processos ajuda na diminuição dos custos de várias maneiras, como menor consumo de recursos na realização de tarefas manuais repetitivas; redução do tempo necessário para completar processos internos – possibilitando reduzir o número de funcionários; realoção da equipe para funções estratégicas que agregam mais valor ao negócio e; eliminação das falhas humanas que podem resultar em prejuízos financeiros. Por exemplo, ao automatizar as atividades contábeis e financeiras da sua empresa, a responsabilidade pela emissão de guias de pagamento e pelo cumprimento dos prazos pode ser transferida para soluções digitais – evitando gastos com multas e juros decorrentes de atrasos no pagamento.

2. Agilidade nos processos internos. A automação proporciona um ganho significativo em termos de tempo para a organização. Sem precisar gastar horas em tarefas manuais, os colaboradores podem se dedicar a atividades mais estratégicas que realmente impulsionam o crescimento do negócio.

3. Melhoria da comunicação. As falhas na comunicação figuram entre os principais obstáculos ao desenvolvimento empresarial. Com a automação, esses problemas podem ser superados. Ferramentas integradas que facilitam a troca de informações permitem que todos os membros da equipe colaborem eficazmente. Um bom exemplo é uma ferramenta voltada à gestão da equipe comercial, que frequentemente precisa sair das instalações para visitar clientes potenciais. Com soluções automatizadas, o gestor pode acompanhar as atividades dos funcionários em tempo real e se comunicar via aplicativo no celular deles.

4. Diminuição de erros e falhas. Pequenos erros humanos são comuns em qualquer atividade desempenhada; entretanto, seus efeitos podem ser bastante prejudiciais à empresa. Um leve erro ao emitir uma guia pode resultar em gastos inesperados. Além disso, essas pequenas falhas podem afetar negativamente o desempenho e aumentar os custos em diversos setores organizacionais. Ao optar pela automação, muitas tarefas propensas a erros ficam sob controle de softwares especializados na execução dessas funções.

5. Satisfação do consumidor. A automação impacta diretamente na satisfação do cliente com relação à empresa. Esse efeito pode ocorrer tanto diretamente quanto indiretamente. Diretamente, pois envolve processos ligados diretamente ao cliente, como processamento de pedidos ou prestação de serviços via plataformas digitais e indiretamente quando abrange outros procedimentos que melhoram a eficiência interna da empresa e liberam tempo para focar na satisfação do consumidor. Isso indica que até mesmo automatizar controles sobre estoque pode elevar o nível de satisfação do seu cliente. Com dados precisos sobre os produtos disponíveis, você evita vendas indevidas – promovendo assim uma maior satisfação.

6. Integração das informações. Integrar as informações internas é crucial para ter um controle abrangente sobre as operações da organização. Quanto maior for essa integração, melhor será a qualidade das informações geradas para sua gestão. Considere que você finalizou a venda de um produto; ao preencher automaticamente a nota fiscal eletrônica, essas informações podem ser enviadas instantaneamente ao setor financeiro e ao gerenciamento dos estoques – mantendo tudo atualizado em tempo real.

7. Monitoramento do desempenho. Além da agilidade nos procedimentos internos e redução dos custos operacionais, ferramentas digitais permitem monitorar o desempenho corporativo continuamente. Não é preciso aguardar o fim do mês para coletar relatórios quando todos os dados são atualizados conforme as atividades diárias.

8. Diferencial competitivo. Diante dos muitos benefícios trazidos pela automação, empresas que permanecem atreladas aos métodos tradicionais rapidamente ficam atrás num mercado acirrado. Indiretamente ou diretamente, as vantagens competitivas oriundas dessa prática são visíveis. Se você consegue minimizar custos nas rotinas contábeis e no controle do estoque, isso possibilita ajustes no preço final do produto sem comprometer sua margem lucrativa — além disso, toda agilidade proporcionada pelos processos automatizados reflete-se na entrega superior aos consumidores.

 

Como Saber se a Empresa Precisa de Automação? Existem pistas?

A resposta mais breve possível é: de tempos em tempos ela irá naturalmente precisar, afinal, que empresa não se beneficiaria de acelerar processos, reduzir erros e melhorar a qualidade?

Mas existem algumas pistas que mostram que sua empresa precisa automatizar seus processos, como:

1. Ruído de comunicação. Pista: Solicitações e aprovações não são recebidas a tempo. O departamento de compras, por exemplo, envia um pedido de aprovação de orçamento ao gerente financeiro. A solicitação é enviada por e-mail, mas o gerente não visualiza o e-mail por falta de tempo ou porque ele foi perdido na caixa de entrada. Como resultado, o pedido fica pendente por dias, causando atrasos na compra e no fornecimento dos materiais necessários. Com um sistema automatizado de gerenciamento de solicitações e aprovações, o pedido é registrado automaticamente e enviado para o gerente financeiro com um alerta. O sistema pode rastrear o status da solicitação e enviar lembretes automáticos até que a aprovação seja concluída, garantindo que nenhuma etapa seja perdida.

2. Ações desalinhadas com a estratégia. Pista: Departamentos não estão colaborando conforme os objetivos estratégicos. A equipe de marketing, por exemplo, realiza campanhas promocionais que não estão alinhadas com as novas metas de vendas estabelecidas pela diretoria. Isso ocorre porque não há um sistema claro de acompanhamento e alinhamento das atividades de marketing com os objetivos de vendas da empresa. Com a automação de processos, um sistema de gerenciamento de projetos pode ser configurado para garantir que todas as campanhas de marketing sejam revisadas e aprovadas com base nas metas estratégicas da empresa. Relatórios automáticos podem ajudar a monitorar o progresso e garantir que todas as atividades estejam alinhadas com os objetivos da empresa.

3. Processos não padronizados. Pista: Tarefas são realizadas de maneiras diferentes, levando a erros e retrabalho. O processo de entrada de dados no sistema de CRM, por exemplo, é feito de formas variadas por diferentes funcionários, resultando em inconsistências e erros. Alguns funcionários preenchem informações adicionais, outros não, e alguns usam formatos diferentes. A automação pode padronizar o processo de entrada de dados por meio de formulários eletrônicos e regras de validação que garantem que todas as informações sejam preenchidas corretamente e no formato correto. Isso reduz erros e retrabalho, garantindo que todos os dados sejam consistentes.

4. Dificuldade em identificar problemas. Pista: Produtividade está caindo e você não consegue determinar o motivo. A equipe de vendas, por exemplo, está enfrentando uma queda na produtividade, mas não está claro se o problema é devido a processos ineficazes, falta de recursos ou outros fatores. Não há dados suficientes para diagnosticar a causa exata da baixa performance. Sistemas automatizados de monitoramento e análise de desempenho podem coletar dados em tempo real e gerar relatórios detalhados sobre o desempenho das equipes. Isso facilita a identificação de gargalos e problemas específicos no processo, permitindo uma abordagem mais eficaz para resolver a questão.

5. Decisões não fundamentadas. Pista: Decisões são tomadas com base em intuição em vez de dados concretos. A gestão, por exemplo, decide alterar a estratégia de preços baseada na intuição de que uma redução de preços pode aumentar as vendas, sem realizar uma análise de dados ou considerar a resposta do mercado. Isso pode resultar em decisões que não têm base em evidências ou análises concretas. Ferramentas de automação podem integrar sistemas de análise de dados que fornecem insights baseados em dados reais. Por exemplo, a automação pode reunir dados de vendas, feedback de clientes e tendências de mercado para gerar relatórios analíticos. Esses relatórios ajudam a administração a tomar decisões informadas e fundamentadas em dados concretos.

Se você notar um ou mais desses sintomas na empresa, então é hora de pensar em automatizar alguns processos!

 

Como Automatizar Processos na Prática?

Automatizar processos é uma excelente maneira de reduzir erros e aumentar a eficiência dos funcionários em uma organização.

Aqui estão algumas dicas sobre como realizar essa automação de forma eficaz:

1. Avalie os processos existentes: Antes de automatizar qualquer processo, é importante fazer uma análise detalhada dos fluxos de trabalho atuais. Identifique as tarefas que são repetitivas, suscetíveis a erros ou consomem muito tempo. Isso ajudará você a priorizar quais processos devem ser automatizados. Suponha que uma empresa de contabilidade tenha um processo manual de entrada de dados financeiros, onde os funcionários inserem informações de recibos e faturas em uma planilha Excel. Para avaliar esse processo, você deve mapear todas as etapas envolvidas, como a coleta de recibos, a inserção dos dados nas planilhas e a verificação dos dados inseridos. Identifique que a entrada manual é repetitiva e propensa a erros, e consome muito tempo dos funcionários. Com base nessa avaliação, você decide automatizar a entrada de dados utilizando um software que leia os recibos digitalizados e insira as informações diretamente nas planilhas.

2. Escolha as ferramentas adequadas: Existem várias ferramentas e softwares disponíveis para automatizar processos. Pesquise e escolha as opções mais adequadas para as necessidades da sua organização. Alguns exemplos comuns são sistemas de gerenciamento de fluxo de trabalho, softwares de automação de processos robóticos (RPA) e sistemas de gerenciamento de tarefas. Continuando com o exemplo da empresa de contabilidade, após identificar que a automação da entrada de dados é necessária, você pesquisaria ferramentas adequadas para essa tarefa. Por exemplo, você pode optar por um software de automação de processos robóticos (RPA) como o UiPath ou Automation Anywhere, que pode integrar-se ao Excel e realizar a inserção automática de dados. Outra ferramenta poderia ser um sistema de gerenciamento de documentos, como o DocuSign, que automatiza o processamento de documentos e integra os dados diretamente no sistema de contabilidade.

3. Defina metas claras: Estabeleça metas específicas para a automação do processo, como redução de erros em X%, aumento da produtividade em X horas ou diminuição do tempo necessário para concluir uma tarefa em X%. Continuando o nosso exemplo, para a automação da entrada de dados financeiros, estabeleça metas específicas como: reduzir os erros de entrada de dados em 90%, aumentar a produtividade dos funcionários em 20 horas por mês e diminuir o tempo necessário para processar um recibo de 15 minutos para 5 minutos. Essas metas ajudarão a medir o sucesso da automação e garantirão que o projeto atenda aos objetivos esperados.

4. Treine os funcionários: É essencial fornecer treinamento adequado aos funcionários afetados pela automação do processo. Certifique-se de que eles entendam como a nova tecnologia funciona e como ela afetará suas responsabilidades. Isso ajudará a garantir uma transição suave e a evitar resistência à mudança. Por exemplo, após implementar a ferramenta de automação, você deve treinar os funcionários que utilizarão a nova tecnologia. No caso da empresa de contabilidade, ofereça um treinamento sobre como usar o software de RPA, como interpretar os relatórios gerados pelo sistema e como lidar com exceções ou erros que o software possa encontrar. O treinamento deve incluir sessões práticas e materiais de apoio para que os funcionários se sintam confiantes em usar a nova ferramenta e possam adaptá-la às suas tarefas diárias.

5. Monitore e otimize: Após a implementação da automação, monitore regularmente os resultados e faça ajustes conforme necessário. Avalie o desempenho dos processos automatizados, identifique possíveis problemas ou gargalos e faça melhorias contínuas para maximizar os benefícios. Avalie métricas como o número de erros detectados, o tempo total gasto na tarefa e a produtividade dos funcionários. Por exemplo, se você identificar que o software de RPA está falhando em interpretar alguns tipos de recibos ou que a velocidade de processamento poderia ser melhorada, faça ajustes no software ou otimize os fluxos de trabalho para corrigir esses problemas e melhorar continuamente a eficácia da automação.

6. Promova uma cultura de melhoria contínua: Encoraje os funcionários a sugerir ideias de automação e a buscar constantemente maneiras de melhorar os processos existentes. Uma cultura de melhoria contínua ajuda a garantir que a automação seja vista como uma oportunidade para aumentar a eficiência e não como uma ameaça aos empregos. Por exemplo, após a automação da entrada de dados, um funcionário pode sugerir a integração do software de RPA com um sistema de reconhecimento de texto para ler recibos mais rapidamente. Ah, e implementar um canal de sugestões e promover reuniões regulares para discutir melhorias pode ajudar a manter a automação eficaz e adaptada às necessidades em evolução da organização.

Lembre-se de que a automação de processos não significa substituir os funcionários, mas sim permitir que eles se concentrem em tarefas mais estratégicas e de maior valor, enquanto as atividades repetitivas e passíveis de erro são realizadas de forma automática.

 

Como Selecionar um Processo para Automação? Nosso Guia em 10 passos!

Selecionar processos para automação é um passo crucial para garantir que os recursos sejam utilizados de forma eficiente e que a automação traga os melhores benefícios para a organização. Aqui está um guia passo a passo com exemplos detalhados para facilitar o entendimento:

1. Identifique Processos Repetitivos e que Consomem Tempo. Analise as atividades diárias para identificar quais processos são repetitivos e consomem muito tempo. Exemplo: Em uma empresa de atendimento ao cliente, você pode observar que os atendentes frequentemente inserem manualmente dados de clientes em vários sistemas diferentes após cada interação. Esse processo é repetitivo e consome muito tempo dos funcionários.

2. Avalie a Complexidade e o Volume dos Processos. Determine a complexidade do processo e o volume de tarefas realizadas. Processos que são altamente repetitivos e têm um volume elevado são candidatos ideais para automação. Exemplo: Considerando o processo de inserção de dados de clientes, avalie quantas interações são registradas diariamente e se a complexidade do processo (por exemplo, inserção em múltiplos sistemas) é alta. Se a empresa lida com milhares de interações por dia e a inserção é complexa, isso indica um bom candidato para automação.

3. Avalie o Impacto da Automação no Desempenho e na Qualidade. Determine como a automação afetará o desempenho e a qualidade do processo. A automação deve melhorar a eficiência e reduzir erros. Exemplo: Se a automação do processo de inserção de dados de clientes resultar em uma redução significativa de erros de digitação e permitir uma atualização mais rápida dos sistemas, isso indicará um impacto positivo no desempenho e na qualidade.

4. Analise o Retorno sobre o Investimento (ROI). Calcule o retorno sobre o investimento esperado para a automação. Considere os custos da implementação da automação e os benefícios esperados em termos de economia de tempo e redução de erros. Exemplo: Estime os custos envolvidos na implementação do software de automação para o processo de inserção de dados e compare com os ganhos em termos de tempo economizado e redução de erros. Se o ROI for positivo, a automação nitidamente será um investimento viável.

5. Considere a Disponibilidade de Recursos e Ferramentas. Verifique se você possui os recursos e as ferramentas necessárias para automatizar o processo. Isso inclui software apropriado e a capacidade de integrá-lo aos sistemas existentes. Exemplo: Certifique-se de que o software de automação de dados pode ser integrado aos sistemas de CRM e ERP da empresa. Avalie se há recursos técnicos e humanos disponíveis para implementar e gerenciar a automação.

6. Teste e Valide o Processo. Realize um teste piloto para validar a automação do processo em uma escala menor antes de uma implementação completa. Exemplo: Implemente a automação da inserção de dados de clientes em um departamento ou para um conjunto limitado de usuários. Monitore o desempenho e faça ajustes conforme necessário antes de expandir para toda a organização.

7. Obtenha Feedback dos Usuários. Coleta feedback dos funcionários que usarão a automação para entender se ela está atendendo às suas necessidades e se há áreas para melhorias. Exemplo: Após o piloto, peça feedback dos atendentes sobre a eficácia da automação da inserção de dados. Se eles encontrarem problemas ou tiverem sugestões para melhorias, ajuste a automação com base nesse feedback.

8. Planeje a Implementação Completa. Desenvolva um plano detalhado para a implementação completa da automação, incluindo cronograma, recursos necessários e treinamento para os funcionários. Exemplo: Com base no feedback do piloto, planeje a implementação da automação em toda a empresa, definindo um cronograma para a transição, alocando recursos para suporte técnico e organizando treinamentos para todos os funcionários afetados.

9. Monitore e Avalie o Desempenho Pós-Implementação. Após a implementação completa, continue monitorando o desempenho do processo automatizado e faça ajustes conforme necessário para otimizar os resultados. Exemplo: Avalie a eficácia da automação da inserção de dados em termos de redução de erros e economia de tempo. Use métricas de desempenho para garantir que a automação esteja funcionando conforme esperado e faça melhorias contínuas se necessário.

10. Documente o Processo e Compartilhe as Melhores Práticas. Documente todo o processo de automação e compartilhe as melhores práticas com outras áreas da organização para promover a automação em outros processos. Exemplo: Crie documentação detalhada sobre a automação da inserção de dados de clientes, incluindo as etapas de implementação, lições aprendidas e melhores práticas. Compartilhe essa documentação com outros departamentos que possam se beneficiar da automação.

Seguindo este guia, você pode selecionar e automatizar processos de forma eficaz, maximizando os benefícios e garantindo uma transição suave para a automação na sua organização.

Bom, saindo um pouco da teoria (sempre muito bonita), vamos aos cases práticos?!

Como abordamos mais exemplos práticos voltados à automação de processos administrativos (que são normalmente mais “simples”), queremos focar em dois cases mais complexos, que são da área de automação industrial.

 

Case 1 – Automação de Processos Industriais: LogHaus

A LogHaus, um dos principais nomes no varejo de Blumenau (SC), decidiu investir em tecnologia nacional para modernizar e aprimorar suas operações. Com essa iniciativa, a empresa transformou seu sistema de esteiras de transporte de picking, que estava em funcionamento há 35 anos.

Nos seus mais de 40 anos de atuação, a LogHaus movimentou mais de 2 milhões de itens mensalmente e possui um estoque superior a 5 milhões de peças. Para atender essa demanda, a empresa utiliza mais de 4 km de esteiras que transportam produtos internamente dentro de uma complexa rede de sortimento. Além disso, é amplamente reconhecida por sua gestão transparente, valores sólidos e constante inovação.

O desafio era a modernização das esteiras de embalagem, uma vez que contavam com apenas um CLP para quatro linhas e painéis datados desde 1987. Controlador Lógico Programável, conhecido como CLP, é um aparelho eletrônico que combina hardware e software para gerenciar aplicações em ambientes industriais.

Então, essa situação dificultava a manutenção, impedia atualizações e trocas de peças e não dispunha de registros digitais do esquema elétrico, tornando as operações mais complicadas. Nesse contexto, havia uma considerável insegurança sobre modificar todo um processo funcional que operava há mais de 30 anos para tecnologias mais avançadas e eficientes.

Para abordar essa situação, foi necessário desenvolver um projeto voltado à otimização da LogHaus, analisando o atual cenário e identificando problemas e necessidades. Dada a operação das esteiras com um único CLP para todas as quatro linhas e a urgente necessidade de modernização, era essencial realizar otimizações.

Outro grande desafio era encontrar peças de reposição devido ao uso da eletrônica dedicada importada no controlador, o que tornava sua substituição uma tarefa difícil e cara. A documentação do esquema elétrico também era antiga e manuscrita, dificultando qualquer modificação desde sua elaboração.

Um dos maiores desafios foi atualizar os equipamentos sem interromper as operações da LogHaus para evitar impactos na produtividade. Assim, foi realizado um planejamento detalhado considerando cada etapa necessária sem interrupções.

Todo processo de otimização pode enfrentar não apenas dificuldades técnicas mas também resistência natural à mudança. Como a LogHaus utilizava o mesmo sistema por mais de 30 anos, havia insegurança em abandonar uma estrutura que ainda funcionava apesar da obsolescência. Portanto, a decisão pela tecnologia nacional e pela modernização significativa da infraestrutura produtiva exigiu uma mudança substancial na mentalidade em todos os setores da empresa.

Após identificar as necessidades e os desafios enfrentados pela LogHaus, foi proposta uma solução através do smart retrofitting. O objetivo desse projeto era atualizar as tecnologias antigas automatizando completamente o sistema centralizado do CCM (Centro de Controle de Motores) das esteiras. A intenção era tornar o processo mais moderno, digitalizado, seguro e eficiente.

Para assegurar a implementação eficaz dessa mudança foi necessário fortalecer inicialmente a confiança da equipe na nova abordagem. Isso foi feito com reuniões e sessões colaborativas para desenvolver um projeto claro sobre as alterações desejadas garantindo que todos os colaboradores estivessem alinhados aos objetivos propostos.

Neste processo de atualização, as esteiras foram divididas nas seguintes linhas: 1. Linha de trabalho/expressa; 2. Linha de retorno; 3. Linha de embalagem e; 4. Linha pulmão.

No fluxo produtivo inicial na linha trabalho/expressa, o operador separa os produtos nas caixas que são depois levadas à linha embalagem; posteriormente esse fluxo se divide em duas direções: processos distintos para embalar pedidos antes que as caixas sejam enviadas à linha expedição e; as caixas vazias retornam à linha apropriada para serem reutilizadas na produção.

Na expedição finaliza-se o recebimento das caixas conforme região destinada ao cliente final; todas essas etapas foram implementadas sem impacto nas operações da LogHaus. Isso significa que todos os mais de 4 km das esteiras foram modernizados enquanto continuavam em operação.

O retrofitting completo incluiu criar novos diagramas elétricos digitais seguindo normas atuais como NR 10 além da instalação dos novos painéis vinculados aos componentes necessários em campo; o software desenvolvido controla quase 140 motores das esteiras permitindo autonomia individualizada nas operações.

Cada linha agora tem seu próprio CLP junto com acionamentos individuais funcionando independentemente; o controle é ajustado via IHM (Interface Homem-Máquina), repassando comandos aos inversores responsáveis pelo fornecimento energético cruzado entre motores menores ajustando-se mantendo velocidade solicitada na interface utilizada pelos operadores.

A modernização das linhas de embalagem da LogHaus trouxe vários benefícios concretos para a empresa. A automatização total do sistema de comando e controle não apenas elevou a eficiência do processo produtivo, mas também aprimorou a confiabilidade das operações. A habilidade de diagnosticar falhas com agilidade e realizar manutenções preventivas contribuiu para a diminuição do tempo ocioso e ampliou a produtividade dos processos.

A digitalização dos documentos e a elaboração de diagramas elétricos atualizados tornaram mais simples a implementação de mudanças e melhorias futuras, oferecendo uma base estável para o contínuo crescimento e inovação. A LogHaus agora conta com um sistema flexível e escalável, capaz de se ajustar rapidamente às novas exigências do mercado e aos avanços tecnológicos, aumentando assim sua expertise e a gestão eficiente do processo produtivo. Bem legal, né?!

A empresa Fersiltec que coordenou todo o projeto. Vale os créditos aqui!

 

Case 2 – Automação de Processos Industriais: Cristal Fábrica de Gelo

Situada na cidade de Indaial, em Santa Catarina, a Cristal Fábrica de Gelo possui mais de 25 anos de atuação no mercado. Seu foco é na produção de gelo empacotado (triturado e em tubos), destinado ao atendimento do público geral.

Firmando parcerias com grandes distribuidores, a Cristal oferece opções de fornecimento tanto com sua própria marca quanto com as marcas dos parceiros nas embalagens. Todo o processo produtivo é automatizado, sem qualquer contato manual com a água que é purificada e testada.

A capacidade produtiva da Cristal é de 48 toneladas por dia, possuindo um estoque que supera 100 mil pacotes de gelo.

Antes da transformação, a Cristal enfrentava problemas devido à falta de comunicação entre os equipamentos e à informação sobre a produção. Essa situação era fragmentada e descentralizada, impossibilitando rastreabilidade e oferecendo pouca visibilidade sobre cada detalhe do processo.

Além disso, havia dificuldades significativas para que os colaboradores compreendessem completamente o processo produtivo do gelo, gerando uma dependência excessiva de um funcionário específico com conhecimento profundo do sistema. Essas condições tornavam desafiadora a tomada de decisões gerenciais e operacionais relacionadas ao controle das etapas da produção.

A empresa enfrentava grandes obstáculos tanto na integração dos equipamentos quanto na extração das informações necessárias. Um dos maiores desafios era que os colaboradores só percebiam falhas quando já tinham causado problemas mais sérios nos equipamentos.

Inicialmente, o objetivo era implementar um painel de integração; todavia, devido às demandas identificadas na empresa, foi proposta uma transformação ainda maior. Para atender às necessidades da Cristal e otimizar seus processos, foi realizada a implantação completa do Smart-Retrofitting (um processo de revisão e manutenção completas, recuperando o que é possível, e substituindo o que é necessário), bem como a digitalização total do processo industrial da fábrica. A customização integral dos equipamentos também foi feita para alinhar sua operação com toda experiência gerencial obtida em resultados práticos.

A implementação do PCP (Plano de Controle de Produção) foi crucial para otimizar os processos internos da fábrica, trazendo uma série de benefícios à empresa. Agora é viável realizar um fluxo produtivo mais centralizado e organizado conforme necessário. Além disso, foram criadas condições para continuidade no processo sem depender exclusivamente da resolução dos problemas por apenas um colaborador.

O Smart-Retrofitting ocorreu em etapas, respeitando todo o fluxo produtivo. Cada fase envolve controles específicos e variáveis que necessitam ser constantemente monitoradas ao longo do processo industrial.

Primeiramente foi implantado um sistema único CCM (Comando e Controle de Motores) que unificou todos os equipamentos elétricos. Com isso foram eliminadas as partidas convencionais substituídas por partidas controladas por inversores de frequência através das quais foram implementadas rampas suaves para aceleração e desaceleração dos motores.

Na próxima etapa foi introduzido um sistema supervisório responsável pelo comando completo sobre toda planta fabril, permitindo a operação integral do processo; a parametrização comportamental; sistema de verificações online/offline; seleção cíclica; e o gerenciamento adequado das variáveis envolvidas na produção de gelo.

Dessa forma, foi possível reunir informações detalhadas sobre cada máquina permitindo uma abordagem preventiva quanto às falhas encontradas no cotidiano operacional. Essa solução assegura melhorias significativas na produção além da organização nos processos fabris oferecendo uma perspectiva tecnológica abrangente sobre o parque industrial.

Para todo esse procedimento, foram empregados protocolos como Profinet, Ethernet, ModBus, Profibus, CAN e outros específicos para dispositivos, além da integração de equipamentos como o Condensador Evaporativo Guntner. Para garantir suporte em caso de falhas, a solução incluiu um gerador de energia elétrica.

No monitoramento de pressão e nível, foram utilizados sensores da marca alemã HUBA controls.

As alterações realizadas trouxeram uma organização e controle superiores nas etapas da industrialização, facilitando a compreensão do processo e proporcionando maior autonomia tanto para a gestão quanto para os colaboradores. Com essa mudança, as máquinas passaram a operar de forma personalizada, com aumento na eficiência energética e preservação contínua dos ativos.

Em relação aos resultados, o retrofitting dos equipamentos presentes na fábrica elevou em 46% a capacidade produtiva sem incrementar o consumo de energia elétrica. Isso foi viabilizado pela inteligência do processo, por meio de um software robusto com algoritmos dinâmicos.

Esse controle abrangente possibilita a diminuição do consumo energético ao aumentar a potência quando necessário ou reduzi-la quando não há demanda, tudo de forma automatizada.

A Fersiltec, que coordenou todo o projeto para a Fábrica Cristal, conseguiu proporcionar maior autonomia à produção, fazendo com que manutenção e operação se tornassem responsabilidades compartilhadas entre todos. Hoje, novos colaboradores conseguem entender o funcionamento das máquinas em poucos dias.

Um dos principais benefícios destacados pela Cristal é a adaptabilidade à situação atual. A fábrica não para a produção devido a um item específico; sempre existem alternativas. Todo o enfoque na automação foi direcionado para ter sempre um plano B.

O funcionamento dos equipamentos não depende mais exclusivamente do operador; tudo está configurado dentro do próprio sistema. O fluxo operacional já está programado nos aparelhos, assegurando maior praticidade e produtividade.

Nesse contexto, a automação transformou completamente o processo de produção de gelo na fábrica. Muito legal, né?!

 

Esperamos que todo esse conhecimento tenha sido de grande valia para você! 🙂

 

E ficamos por aqui…

Como vimos, a automação de processos de negócios refere-se ao uso da tecnologia para executar tarefas ou processos recorrentes em uma organização onde o esforço manual pode ser substituído.

Se você ou sua empresa não estão muito acostumados com a tecnologia, a transformação digital pode parecer uma meta grandiosa e esmagadora. Mas, pense que a automação de processos de negócios pode ser um trampolim para a adoção dessa cultura de transformação (e adaptação) contínua da tecnologia.

Você pode começar com alguns processos que claramente precisam de correção de curso e gradualmente progredir. Simplifique processos, evite retrabalho e otimize tempo, tanto no trabalho quanto em sua vida pessoal.

Esperamos que tenha gostado desse curso online profissionalizante de Automação de Processos.

Agora você pode solicitar todos os certificados de conclusão deste curso.

Desejamos a você todo o sucesso do mundo. Até o próximo curso!